Prioridade é formar aliança nacional com PSB e PC do B, diz líder petista

'Essa nossa estratégia não passou perto de analisar caso a caso nos estados. Cada estado terá que analisar de maneira criteriosa como que se traduz essa estratégia nacional na sua realidade', disse Paulo Pimenta

Paulo Pimenta, líder do PT na Câmara, afirmou que é um 'escândalo sem precedentes' a decisão de Moro - Gustavo Lima/Agência Câmara

O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), líder do PT na Câmara dos Deputados, afirmou que a prioridade do partido neste momento é consolidar uma aliança nacional com o PSB e o PCdoB em torno da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "O que nós queremos é construir com PCdoB e com PSB uma estratégia nacional comum", afirmou durante uma reunião da executiva nacional do PT em Belo Horizonte neste sábado (9).

Em relação ao PDT, a intenção de Lula é firmar um pacto de não-agressão com Ciro Gomes, pré-candidato ao Planalto pelo partido. O encontro das lideranças petistas ocorre um dia após o lançamento da pré-candidatura de Lula, também em Minas Gerais, na noite de sexta (8). Segundo Pimenta, a eleição presidencial é o norte do PT e, a partir das alianças partidárias em nível nacional, será feita a discussão estado a estado.

"O centro estratégico eleitoral do PT neste ano é a vitória nacional, é a eleição do presidente Lula. Portanto, todo debate que ocorrerá nos estados obrigatoriamente terá que estar subordinado a esta estratégia", disse. Ainda de acordo com o deputado, o partido priorizará os estados onde PT, PSB e PCdoB já são governo, mas ele admite que a estratégia nacional petista deve esbarrar em realidades diferentes regionalmente.

"Essa nossa estratégia não passou perto de analisar caso a caso nos estados. Cada estado terá que analisar de maneira criteriosa como que se traduz essa estratégia nacional na sua realidade", disse.

Marília Arraes
Em Pernambuco, por exemplo, a pré-candidata do PT ao governo, Marília Arraes, resiste em desistir para apoiar a reeleição de Paulo Câmara (PSB). Em entrevista na sexta, a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), afirmou que serão necessárias conversas para que as candidaturas estaduais também viabilizem a aliança nacional.

Já em Minas Gerais, onde o governador Fernando Pimentel (PT) concorre à reeleição, o pré-candidato do PSB, Márcio Lacerda, já formalizou uma aliança com o PDT, de Ciro.

Para os pedetistas, a intenção é ter um palanque para Ciro no segundo estado com maior colégio eleitoral. PSB e PDT mantêm conversas em mais de dez estados, o que pode consolidar uma aliança nacional. No PSB, porém, há também quem defenda a neutralidade no primeiro turno, mas a corrente de apoio ao PT parece minoritária.

"Vamos aguardar como o PSB vai se movimentar a partir da resolução do PT", afirmou Pimenta. Ele disse que os petistas não têm a pretensão de unificar todo PSB em sua aliança. Para o PDT, contudo, trazer o PSB também é prioridade. Lacerda, inclusive, é cogitado como vice tanto na chapa de Ciro, como na de Lula.

O PT também trabalha com as hipóteses de Josué Alencar (PR) e Manuela D'Ávila (PcdoB) para vice. Os dois nomes foram mencionados por Pimenta, embora o deputado diga que é cedo para essa definição. "Equilibra a chapa ter um nome de outro partido", afirmou.

O deputado afirmou também que a candidatura da ex-presidente Dilma Rousseff ao Senado em Minas Gerais também é uma das questões centrais na estratégia nacional do PT.