Produção de veículos no Brasil sobe 20,7% em junho

Em maio as montadoras foram levadas a suspender temporariamente as atividades diante da paralisação nas estradas do país

Caminhões - Pixabay

Depois do soluço que a paralisação dos caminhoneiros provocou na indústria automotiva no mês de maio, o setor reagiu em junho, mas ainda lamenta os impactos. A produção de veículos leves, caminhões e ônibus foi de 256,3 mil unidades em junho, conforme os resultados divulgados nesta sexta-feira (6) pela Anfavea, a associação dos fabricantes.

O número representa um crescimento de 20,7% em relação ao fracasso de maio, quando todas as montadoras foram levadas a suspender temporariamente as suas atividades diante da paralisação nas estradas do país.

Na comparação com junho do ano passado, o resultado é um crescimento de 21,1%, retomando a sequência de altas que fora interrompida em maio. Os outros números do relatório da Anfavea mostram alguma estabilidade nos emplacamentos no mês, com 202 mil unidades emplacadas em junho ante 201,9 mil em maio.

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"Nós esperávamos um pouco mais neste mês , mas nós tivemos o problema da greve de caminhoneiros em maio. Isso atrapalhou um pouco os emplacamentos do mês passado e um pouco passou para este mês", disse Antonio Megale, presidente da Anfavea.

Segundo ele, os carros demoraram mais para serem produzidos e para chegarem os seus destinos. A Copa do Mundo também influencia negativamente, além do impacto na confiança, de acordo com Megale.

Especificamente no segmento de caminhões, o licenciamento também ficou estável com o crescimento de apenas 1,4% em relação a maio. O destaque, segundo Megale, foi o crescimento do licenciamento de caminhões de 35% em relação ao mesmo mês do ano passado.

"O crescimento continua forte, no setor de caminhões estamos, no acumulado do ano, girando em torno de 50%, o que mostra o início de uma recuperação. Ainda muito longe dos números que a gente viu nos anos de 2010 até 2014", afirmar Megale.

O presidente da Anfavea exaltou o lançamento feito pelo governo nesta quinta-feira (5) do programa de estímulo ao setor, o Rota 2030. "É um marco na indústria. Nenhum setor está tendo uma visão de longo prazo e uma política mais estruturada. O nosso setor está de parabéns por estar conseguindo estabelecer uma coisa que para nós é muito importante, que é a previsibilidade, que se traduz em aumento de investimento ", disse.

Ele avaliou o programa como "regras claras e bem definidas de médio e longo prazo", que irão "facilitar muito as decisões de investimento no país ".
Megale estima que outros setores seguirão o mesmo caminho.