Hexa do Náutico: Curiosidades da conquista
Lenivaldo Aragão e Paulo Augusto relembraram momentos de bastidores da campanha
Um ídolo que quase vestiu a camisa rival, um argentino visionário e até um árbitro que se machucou justamente em uma final de campeonato. A campanha do hexacampeonato do Náutico guarda algumas curiosidades de bastidores. O jornalista Lenivaldo Aragão e o escritor Paulo Augusto, autor do livro “A guerra dos seis anos - A saga do hexa”, relembraram momentos que ajudaram, diretamente ou indiretamente, na construção da campanha vitoriosa do Náutico de 1963 a 1968.
Profecia de Gonzalez
Para juntar tantas revelações, Gonzalez adaptou algumas peças. Rinaldo, que atuava no meio, foi deslocado para a ponta esquerda. A mudança desagradou o atleta, mas o treinador foi profético. “Ele chegou para Rinaldo e disse: ‘você vai parar na Seleção Brasileira se jogar assim’. Um ano depois, quando estava no Palmeiras, foi convocado”, disse Lenivaldo.
“Fuga de Gena” e Lula
Goleiro e ídolo do Náutico desde 1957, Waldemar deixou o clube pela porta dos fundos. A confusão começou quando o camisa 1 levou o lateral-direito Gena para fazer um teste no Botafogo. A notícia irritou o dirigente do clube, José Porfírio. Waldemar saiu do Timbu e assinou com o Santa Cruz. Não antes de cravar uma frase emblemática: “Serei até chofer de praça em São Paulo, mas no Náutico não ficarei”. A saída foi crucial para o surgimento de outro ídolo: Lula “Monstrinho”.
Os 11 que nunca jogaram juntos
Lula; Gena, Mauro, Fraga e Clóvis; Salomão, Ivan, Nado e Bita; Nino e Lala. A escalação, dita de cor e salteado pelos alvirrubros mais saudosos, tem uma curiosidade: esses 11 jamais atuaram juntos. "Uns saíram antes, outros chegaram depois, mas os alvirrubros de certa forma criaram esse "time dos sonhos" da campanha", apontou Paulo Augusto. A escalação utilizada na final de 68 teve Valter; Gena, Matias, Limeira e Toinho; Jardel (Lala) e Ivan; Miruca (Rato), Ramos, Nino e Lala (Ede).
Nado no Sport?
Irmão do atacante Bita, Nado estava encerrando contrato no Náutico em 1963 quando o Sport tentou levá-lo para a Ilha do Retiro. O presidente da época, Eládio de Barros Carvalho, foi taxativo. "Nado não será negociado com o Sport em hipótese alguma."
Mudança de árbitro
Armindo Tavares entrou para a história como o árbitro que apitou a final de 1968. Mas há um detalhe: o profissional estava com bandeirinha no jogo e precisou assumir o apito quando o juiz principal, Erilson Gouveia, sentiu uma lesão na coxa.
Aposentado aos 26
Em um jogo contra o Ceará, pela Taça Brasil, o volante Salomão sofreu uma séria lesão no rim. O atleta chegou a correr risco de vida e precisou passar por uma cirurgia. Problema que encerrou sua carreira de forma precoce, aos 26 anos. A contusão foi causada por uma entrada do zagueiro Mauro, que no ano seguinte defendeu as cores do Náutico, se tornando um dos principais jogadores na campanha do hexa.
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