Crítica: 'O Protetor 2' mistura ação e melodrama em enredo empolgante
Ator Denzel Washington retorna ao papel do justiceiro Robert McCall em 'O Protetor 2', novamente dirigido por Antoine Fuqua
Denzel Washington volta ao personagem Robert McCall em "O Protetor 2", que estreia nesta quinta-feira (16) nos cinemas pernambucanos. A franquia se caracteriza pela maneira como Denzel injeta no personagem sua presença cinematográfica, sua combinação cativante entre drama, humor e mistério.
Novamente dirigido por Antoine Fuqua, que não apenas assinou o primeiro filme como também já trabalhou com o ator em "Dia de treinamento" (2001) e "Sete homens e um destino" (2016), o filme mantém o nível da franquia: uma mistura envolvente entre ação e melodrama.
No enredo, Robert McCall lida com perdas passadas: não apenas a morte de sua esposa como também o fim da vida que ele tinha construído no filme anterior. Sua nova identidade é a de um motorista de Lyft (sistema de transporte por aplicativo) e o cotidiano em um condomínio simples.
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Em sua rotina como motorista Robert escuta histórias variadas: um homem que está indo para uma entrevista de emprego, um soldado prestes a embarcar para a guerra. Uma dessas histórias ele conheceu por acaso: uma mãe que teve sua filha sequestrada pelo ex-marido.
Esta é a primeira cena do filme, suficiente para mostrar não apenas a força desse personagem como também sua estrutura emocional. Robert vai até a Turquia, embarca em um trem, derrota violentamente o homem e seus capangas, traz a criança de volta para a mãe, sem que ninguém descubra seus feitos.
Ele permanece no anonimato, resolvendo problemas com força bruta não pelo reconhecimento, mas uma ideia particular de certo e errado. Em outra cena, ele pega como passageira uma mulher embriagada e com o vestido rasgado; homens brancos e ricos a deixaram no carro. Robert se vinga com fúria, uma cena brutal.
Cenas como essas aos poucos compõem o quadro emocional desse protagonista, um homem atormentado por um passado de feridas ainda abertas e talvez movido por essas angústias persiga violentamente pessoas que cometeram injustiças.
Tudo segue nesse desequilíbrio entre vida cotidiana como motorista e bom inquilino e justiceiro noturno, até que uma ex-companheira de trabalho (uma agência militar) morre durante uma investigação. É quando o roteiro finalmente se revela, através de um caso que pode finalmente trazer paz ao protagonista.
"O Protetor 2" ocupa a curiosa fronteira dos gêneros ação e melodrama, aproximando histórias trágicas e afetivas de uma carga efusiva de ação e violência. É um filme correto nos dois gêneros, cativando enquanto narrativa dramática e empolgando como filme de ação, mas não parece trazer nada que supere as expectativas e se torne maior do que a soma de suas partes.
Cotação: bom