Com uma estética influenciada pela cultura popular, Derlon apresenta em suas obras elementos como a xilogravura. "Essa influência forneceu identidade à minha produção, e venho buscando aprofundar no refinamento, no minimalismo", explica.

O livro, intitulado simplesmente "Derlon", está subdividido em três partes. A primeira engloba de forma abrangente a poética do artista, apresentando as intervenções urbanas realizadas por ele em várias cidades.

A segunda abarca a residência artística em si, período em que ele observou a cultura das comunidades sertanejas cearenses, como parte do projeto "Ouro Branco" (apoiado pela marca de tênis francesa Vert, que produz seus calçados com o algodão orgânico cultivado por famílias de agricultores daquela região).

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A residência ocorreu em 2014. "Foi um marco na minha trajetória. Quando saí dessa experiência, trouxe comigo muitas informações, muitas ideias que reverberam até hoje. Vivi com eles, aprendi muito, e fizemos pinturas nas casas dos moradores, levando algo novo para a comunidade a partir da história deles, do dia a dia, do cultivo da terra", relembra.

Esta vivência acabou se tornando determinante para a continuidade de seu processo criativo, retratado na terceira parte do livro - que traz uma série de trabalhos desenvolvidos em decorrência da residência, como a exposição também intitulada "Ouro Branco", realizada no Rio de Janeiro, e ocupações artísticas nas ruas de Paris e São Paulo (onde Derlon realizou a colagem de murais no estilo lambe-lambe, reproduzindo as obras realizadas durante a residência).

"Quando eu recebi o convite da editora para lançar esse livro, pensei no que seria mais bacana registrar nesse momento, já que é um primeiro livro", conta Derlon. "Não era hora, por exemplo, de fazer uma biografia, mesmo que eu já tenha aproximadamente 14 anos de carreira".

Em conjunto com a Impressões de Minas, Derlon resolveu mostrar um recorte de sua obra. "Achei legal passar algo sólido para o público, mostrar aquilo que me tocou ao longo dos anos. Existe uma linha constante no meu trabalho, e é algo que é anterior e posterior à residência. É bom poder observar que essa semente, essa ideia, já existia lá atrás", resume.

Vivendo em São Paulo há alguns anos, Derlon Almeida não perdeu o contato com sua terra natal. "Venho sempre ao Recife, que é onde fiz minhas primeiras experimentações, onde iniciei minha atuação no muralismo. Por isso, fiquei feliz por estar lançando o livro aqui, em primeiro lugar", conta o artista.

Serviço:

Lançamento do livro "Derlon"

Autor: Derlon Almeida, 85 páginas

Preço: R$ 60

Onde: Galeria Amparo 60 - rua Artur Muniz, 82, primeiro andar, Boa Viagem

Quando: 20 de outubro, das 14h às 17h

Entrada gratuita