Grupos em redes sociais pedem boicote a artistas que se opuseram a Bolsonaro
Do outro lado, pelo menos 400 artistas assinaram manifesto intitulado "Democracia Sim"
Em grupos de WhatsApp, apoiadores de Jair Bolsonaro pedem boicote a artistas que se posicionaram contra a candidatura do presidente eleito. Munido de emojis de corações verdes e amarelos, um usuário do grupo "Bolsonaro 17 - CE" pede votos ao DJ Alok no MTV Europe Music Awards 2018, na categoria melhor artista brasileiro. Segundo ele, todos os outros concorrentes – Anitta, Ludmilla, Pabllo Vittar e Nego do Borel – foram contrários a Bolsonaro.
"Anitta está em alta no YouTube!!!! DISLIKE NELA!!!!", conclamam membros do grupo "BOLSONARO PARANÁ", que replicaram repetidas vezes a mesma mensagem.
Uma outra usuária, no grupo "Bolsonaro 17 MG", replicou uma "lista de comunistas". De acordo com a postagem, são "petistas que apoiam o 'nove dedos' e fomentam um verdadeiro golpe comunista no país". A mensagem pede que os apoiadores do presidente eleito "não comprem mais nada deles", não assistam seus programas ou peças de teatro e não leiam seus livros.
A lista vai de Reinaldo Azevedo a Alcione, passando por Delfim Netto e Preta Gil. No mesmo grupo, um usuário pede um "dislike" em massa a vídeos de artistas "Rouanet's". Constam da lista Anitta, Daniela Mercury e Marília Mendonça. "Chegou a hora de a Fernanda Abreu descobrir o poder dos nossos 'dislikes' e 'denúncias de incitação ao ódio'", diz a mensagem. Durante a campanha presidencial, artistas como Caetano Veloso, Daniela Mercury, Camila Pitanga e Madonna replicaram a hashtag #EleNão, em repúdio ao capitão reformado.
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Houve também um manifesto, chamado "Democracia Sim", que conta com as assinaturas de pelo menos 400 artistas, escritores e professores, como André Singer, Drauzio Varella, – ambos colunistas da Folha de S.Paulo –, Milton Nascimento, Camila Pitanga, Gilberto Gil e Mano Brown.