O adeus da família e amigos para Luiz Belém de Alencar

A família Belém de Alencar dá seu adeus final ao Desembargador Luiz Belém de Alencar neste domingo, no cemitério morada da paz, a partir das 10 horas

Desembargador Luiz Belém de Alencar - Divulgação

Na manhã deste sábado (30), o Recife deu adeus ao Desembargador Luiz Belém de Alencar. Após dois longos anos de luta contra um câncer de esôfago, o Desembargador morreu aos 89 anos, dois meses antes de completar 90. Natural de Araripe, na divisa entre o Ceará e Pernambuco, o cearense de família tradicional chegou à capital pernambucana ao final de 1968, para o cargo de promotor público. O exímio magistrado passou por diversos setores na área jurídica do Estado, finalizando seu período de contribuição no ano de 1998, quando se aposentou do cargo de presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE).

Com uma carreira exemplar no meio jurídico, Alencar deu início à sua carreira no Sertão de Pernambuco, onde atuou como advogado e promotor na cidade de Araripina. Para Rômulo Belém de Alencar, filho mais velho do Desembargador, o pai era um exemplo de dedicação. “Meu pai foi um chefe da família como um todo, além de conselheiro da família Belém de Alencar Barreto e Belém de Alencar, foi um homem sempre muito estudioso e dedicado”, comentou. A carreira do Desembargador é motivo de orgulho da família. “Ele se formou em direito pela Faculdade de Direito do Recife (FDR), foi promotor em Araripina, atuando como advogado tanto em Araripina como no Crato, Ceará. Já no final dos anos 60, entre 68-69, ele passou num concurso para promotor público aqui no Recife e veio para a cidade. Meu pai atuou também como secretário de estado, num período curto, foi Procurador Geral da Justiça do Estado de Pernambuco, quando foi eleito desembargador, trabalhou na Secretaria de Justiça, foi presidente do Antigo Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Pernambuco IPSEP e Presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco.” Contou à Folha de Pernambuco.

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O tempo de trabalho só fez de Alencar um jurista mais experiente e preparado que, de acordo com Rômulo, deixou um legado de retidão e caráter. “Além de ser um homem de caráter reto em tudo que ele fazia na vida, o que eu acredito que seja o maior legado para a família, meu pai foi um ser absolutamente presente na vida de todos nós, na família como um todo. Ele jamais deixou de estender a mão pra qualquer familiar ou amigo, foi um homem que como há poucos no mundo, na verdade. Como também pouco visto, meu pai foi de um tamanho que eu queria que outras pessoas tivessem podido ver.”

Com décadas ocupando cargos de altíssima importância no Estado, o Desembargador não deixou rastros de desconfiança sobre seu trabalho, completa. “Um homem que ocupou cargos de altíssima importância, mas que não deixou absolutamente nenhum rastro de desconfiança sobre sua administração. O que, na verdade, era sua obrigação dele. Isso foi uma das coisas que eu aprendi com ele, que ser honesto, ter cuidado com a política pública e respeitar os outros é obrigação, não é legado, é obrigação. Mas diante do cenário que a gente tem experimentado neste país, é uma atitude que toma outra dimensão”.

Sobre o câncer, Rômulo conta as etapas enfrentadas com muita força pelo pai. “Há um ano e meio, talvez um ano e 10 meses atrás, ele começou com uma dificuldade para engolir, daí se descobriu que ele estava com câncer no esôfago.” Apesar de quase dois anos de tratamentos, a doença não foi vencida e o levou a óbito.

O Desembargador deixa saudades para seus cinco filhos, a esposa Inês Nairlê Arrais Belém de Alencar (83), parentes e amigos. O adeus final, com velório e cremação, será dado no cemitério Morada da Paz, entre 10 e 12h deste domingo. A cremação será fechada apenas para familiares.