Bebidas para refrescar nesse calor
Em tempos de sol para cada cabeça, bebericar algo gelado ajuda a amenizar o calor com talento para 40 graus. Conheça as possibilidades que vão além dos drinques convencionais
O verão não precisa começar oficialmente em dezembro para você se dar conta de que o sol já chegou com tudo pelo Nordeste. Nesse calor dos trópicos, a vontade de refrescar não passa apenas com alguns goles d’água, abrindo caminhos para as várias formas de bebericar com algumas pedrinhas de gelo no copo. Por isso, até no happy hour é possível fazer escolhas interessantes, substituindo os destilados quentes por drinques com base alcoólica cítrica, acrescidos ao sabor das frutas, capazes de trazer a leveza que o termômetro dessa época pede.
Leveza no café gelado
O cold brew é uma realidade no mercado pernambucano há pelo menos quatro anos, quando estourou por aqui, segundo a barista, sommelière e bartender Renata Helena Luz. Embora seja servido gelado, em nada tem a ver com o sabor do cafezinho de todos os dias. A infusão do pó a frio suaviza o amargor da bebida e favorece as criações que hoje tomam conta das cafeterias. “E esse controle de sabor pode acontecer pelas diversas maneiras de fazê-lo filtrado, em métodos como o Melitta, que a maioria das pessoas tem. Mas sempre utilizando um grão de qualidade”, aponta Renata, lembrando ainda da combinação perfeita com gelo e leite.
Ao ser feito em casa, com água fria e descansando por um período de até 18 horas, o líquido pode durar cerca de três dias na geladeira. Como resultado, é fácil perceber que o cold brew é mais aromático e menos ácido, por conta da menor extração de alguns compostos e da menor concentração de cafeína. Há barista que não dispensa, inclusive, a produção de drinques com o café gelado acrescido a rodelas de limão e Soda. “Não à toa, cai muito bem com uma dose de gin”, sugere Renata.
Gelo no espumante, sim
Os sommeliers orientam que brancos e espumantes devem ser consumidos entre 6° e 12°C ou mais resfriados do que os tintos. Uma tendência ao frescor, já que o clima brasileiro em nada se compara ao europeu, que permite tomar uns goles na temperatura ambiente. Para ficar mais geladinho, no mercado há opções como o rótulo lançado pela champanheria Moët & Chandon, que permite o uso direto com gelo na taça. Para não sofrer com a diluição de algumas pedrinhas na bebida, o produto recebeu mudanças técnicas, reforçando que não é todo vinho ou espumante que permite essa interferência.
Limonada não sai de cena
Quem disse que limonada só é feita com limão? A variedade, que há tempos é moda americana, tem espaço por aqui graças à refrescância das nossas frutas. Se na terra do Tio Sam, as berries - variação para pequenas frutas vermelhas e alaranjadas - dominam as receitas, no Nordeste o sumo do limão combina com hibisco, abacaxi e melancia, que podem receber no preparo água gaseificada ou não. Se for misturada à água de coco e gengibre, forma a bebida antioxidante que os nutricionistas adoram.
Frescor na coquetelaria
A tendência dos drinques de baixo teor alcoólico, ou mesmo sem nenhuma gota de álcool, promete refrescar o verão de 2020, segundo o mixologista Lucas Muniz. Ele, que observa essa preferência através do Ursa Bar e nas suas consultorias para o Cobra Restaurante, entende que leveza se alcança pela combinação certa de insumos nativos. “Falando em drinques, temos apostado muito em saquê, nas bebidas com vinho branco ou tinto, e nos frisantes. São opções que levam uma uva específica, como chardonnay e moscato. No cenário internacional essas preparações dão uma refrescância que combina com nosso clima tropical, fugindo da tradição de sempre colocar espumante”, analisa, apontando o exemplo do Aperol Spritz, que anos atrás despontava no mercado.
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Utensílios para ser um bartender
“Gosto de fazer uma base que chamo de xaropes de sangria ou clericot, em que deixo reduzir com especiarias e frutas, até ficar no ponto de xarope mesmo. Armazeno e utilizo para fazer outras preparações”, explica. Para a nova temporada do Cobra, em janeiro, Muniz já se anima com um drinque feito com geleia de cupuaçu artesanal, chardonnay e saquê mirin, finalizado com shrub de beterraba - um xarope frutado e levemente avinagrado - que está voltando com tudo para a coquetelaria.
O desafio, segundo o bartender, é dizer ao público que baixo teor alcoólico não significa menor relevância. Isso porque as pessoas ainda fazem esse tipo de escolha na intenção de ficarem bêbadas. As sangrias em jarras prometem seguir como tendência. Nesse caso, a dica é fazer boa mistura de destilados ou fermentados, como o chardonnay e o saquê - que tem uma graduação alcoólica pequena. Também valem os drinques à base de cerveja witbier, uma das mais refrescantes do mercado.
Mais gin, por favor
O sabor aromático do gin coloca esse destilado numa posição difícil de derrubar no calor. Eis uma bebida que tem como base a fermentação de cereais e alguns produtos destilados, mas o sabor se forma a partir da quantidade de zimbro, ervas, cereais, especiarias e sementes adicionadas à receita. “Apesar de ter graduação alcoólica alta, é interessante mesclar com algum outro líquido gaseificado para dar leveza”, sugere Lucas Muniz.
Receitas
Pela bartender Renata Helena Luz
Soda recifense
ingredientes
20ml de sumo de limão
ou de qualquer outro
suco que goste
15g de açúcar, adoçante ou mel
Preparo
Misture bem todos os ingredientes. Em um copo com gelo em cubos, coloque água com gás e complete com a mistura anterior (o seu xarope artesanal). Decore com uma rodela de limão e uma folhinha de hortelã
Drinque com café
ingredientes
1 copo de leite
40ml de cold brew
Açúcar a gosto
Preparo
Esquente um copo de leite e desligue o fogo antes de ferver. Para montar, coloque cubos de gelo no copo, o leite e o cold brew. Adoce se quiser.