Moradoras relatam alívio por terem saído do prédio antes do desabamento, no bairro de Piedade
Prédio localizado em Piedade, em Jaboatão, estava interditado desde o último domingo (4)
Moradores do edifício Kátia Melo, que desabou na manhã desta terça-feira (6), no bairro de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, comentaram o sentimento de alívio por terem deixado o prédio antes da tragédia.
O local, com quatro pavimentos, em estilo “prédio-caixão”, havia sido interditado pela Defesa Civil do município na noite do último domingo (4), após vistoria técnica. De acordo com o Samu, não houve vítimas.
Moradora do local há sete meses, a auditora do Tribunal de Justiça Esportiva Jeinice Santos morava no térreo do Kátia Melo. Ela afirmou que as rachaduras no apartamento em que vivia evoluiu de forma progressiva entre a sexta-feira (2) e o dia da interdição.
“O apartamento tinha rachaduras perceptíveis, mas que evoluíram rápido da sexta, quando o portão principal travou, para o domingo, que se intensificaram. A rachadura subiu do chão da sala para a parede. Da viga principal para a minha varanda e minha sala. Foi tudo muito rápido”, contou.
Ainda segundo a mulher de 29 anos, antes de a equipe da Defesa Civil chegar ao local, dois engenheiros foram chamados para averiguar a situação do edifício e aconselharam os moradores a deixar o prédio.
No domingo à noite, mesmo com o prédio interditado, Jeinice contou que voltou ao local para retirar seus pertences com ajuda de familiares. À reportagem, ela demonstrou o alívio pelos moradores terem deixado o edifício antes do desabamento.
“Eu estou muito feliz, aliviada e grata a Deus. Eu tenho uma família maravilhosa, que inclusive me ajudou a tirar minhas coisas daqui. Graças a Deus, a minha vida foi preservada, a do pessoal também. O sentimento é de alívio”, falou.
A professora Alneide Maria de Lira afirmou que a entrada do edifício já vinha apresentando problemas há algum tempo. Segundo a mulher de 58 anos, moradores vinham relatando problemas estruturais nos apartamentos com frequência, até a Defesa Civil interditar o local.
Alneide demonstrou tristeza com o desabamento e falou que iria no apartamento nesta terça pegar alguns pertences. “Eu ia no apartamento pegar umas pranchas (prateleiras) que gosto muito, acabou sendo um livramento. Fiquei triste, chorei muito depois que soube que tinha caído. Foi tudo muito rápido”, comentou.
Vizinha relata susto
Vizinha do Kátia Melo e amiga de Alneide, Maria Conceição da Silva, de 67 anos, relatou que se assustou com o desabamento. “Eu fiquei tremendo, foi um estrondo feio, estava aquela poeira toda no ar. Foi um susto muito grande”.
“No domingo, ela (Alneide) me ligou e disse que a porta não estava abrindo, pediu para eu tentar abrir por fora. Há dois meses o portão dela já vinha dando problema”, contou