Acordo

Canadá mira acordo com Mercosul para reduzir dependência dos EUA

País também mantém conversas com a China para lidar com desafios da política de tarifas

O primeiro-ministro canadense, Mark Carney, discursa durante sua coletiva de imprensa de encerramento da Cúpula do Grupo dos Sete (G7) - GEOFF ROBINS / AFP

O ministro de Comércio Exterior do Canadá afirmou nesta quinta-feira que o país e o Mercosul estão interessados em avançar em negociações para um acordo.

As conversas representam mais uma iniciativa de países afetados pela ofensiva tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na busca por novos parceiros comerciais.

Em paralelo, o primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, segue em tratativas em busca de um acordo comercial com Trump até a data de 1º de agosto após o presidente americano anunciar tarifa de 35% sobre produtos do Canadá exportados para os EUA. Ainda assim, o Canadá busca reduzir sua dependência em relação aos EUA.

"Tive conversas com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, e há interesse em realizar diálogos sobre o Mercosul", disse o ministro Maninder Sidhu em uma entrevista, segundo a agência Reuters.

Não é a primeira vez que o Canadá e o bloco que inclui Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai se engajam em tratativas para um acordo. Mas Ottawa tenta agora abrir o leque de opções entre parceiros comerciais.

Na mesma entrevista, o ministro indicou que o Canadá também está interessado em negociar com a China.

"Com a China existem oportunidades, existem desafios", afirmou o ministro, segundo a Reuters.

O Canadá conta com 15 acordos de livre comércio com 51 países. Eles representam acesso a 1,5 bilhão de consumidores. E a perspectiva é que o país procure ampliar esses laços nos próximos meses.

Em maio, as exportações canadenses para os EUA representaram 68% do total. O resultado representa uma queda na comparação com a média mensal de 75% registrada no ano passado.

Nesta semana, a União Europeia (UE) também sinalizou que pretende intensificar o engajamento com outros países afetados pelas tarifas de Trump.

O principal negociador da UE, Maros Sefcovic, afirmou a repórteres na segunda-feira que existe "um novo senso de urgência" para lidar com a questão tarifária. Contatos com nações como Canadá e Japão podem incluir uma possível coordenação, segundo a Bloomberg News.