Rio de Janeiro

Em ato, Flávio Bolsonaro critica proposta de "meia anistia" de Alcolumbre e diz que será contestada

Senador disse ainda que ministro Alexandre de Moraes tem dado "uma segunda facada" em Bolsonaro com julgamento da trama golpista na Corte

Flávio Bolsonaro disse que proposta de Alcolumbre referente à anistia não será aceita - YouTube/Reprodução

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que não aceitará projeto de anistia alternativo proposto pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).

O parlamentar, que participou do ato bolsonarista do dia 7 de setembro, que reuniu milhares de manifestantes na praia de Copacabana, reforçou que o seu grupo político insistirá na anistia "ampla, irrestrita e geral".

— Eu não vi nenhum projeto do presidente Alcolumbre até o momento. Nós não vamos aceitar nenhum texto que apenas reduza as penas previstas pela legislação. Não dá para anistia a Débora do batom, e não anistiar o ex-presidente Jair Bolsonaro — disse ao GLOBO, antes de subir no tri. — Se o presidente Alcolumbre quiser pautar essa meia anistia, nós não vamos aceitar e vamos apresentar um projeto nosso.

O senador repetiu a cobrança ao subir no palanque:

— Presidente Hugo Motta e Davi Alcolumbre, com todo o respeito que tenho pelos senhores, não existe anistia criminal, sem anistia eleitoral. Não cedam à pressão de Alexandre de Moraes, porque os senhores tem que entrar pela história como aqueles que pacificaram o Brasil.

O vice-presidente da Câmara Altineu Cortês (PL-RJ) também participou do ato e somou sua cobrança ao presidente da Câmara, Hugo Motta, pela discussão da anistia na Câmara e disse que, caso aprovada na Casa, o texto deverá ser “respeitado” pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).

— O presidente da Hugo Motta, está ciente que temos a maioria dos líderes, com mais de 200 deputados. O senador Davi Alcolumbre, enquanto presidente do Senado, também precisa respeitar a maioria dos senadores. — disse — A anistia está na Constituição, e ela vai ou não vai.

A anistia também foi defendida pelo governador do Rio, Cláudio Castro (PL), que esteve no palanque ao lado de Flávio e de outras lideranças do partido. Durante seu discurso, fez críticas ao julgamento da trama golpista, que será retomado na próxima terça-feira pela Primeira Turma do STF.

— Essa semana será o julgamento do presidente, e por mais que a gente esteja falando em anistia, antes disso, mas ela é o segundo passo. O que queremos primeiro é Bolsonaro inocentado. Um homem que não cometeu nenhum crime não pode ser condenado. Estamos falando em anistia, mas esquecemos que há um inocente com uma tornozeleira em casa preso — disse.

"Segunda facada"
No palanque da manifestação, Flávio disse o que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tem dado “uma segunda facada” no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em função do julgamento da trama golpista na Corte.

— Ontem, fez exatamente sete anos que o meu pai levou aquela facada, dada por um ex-militante do PSOL. O que Alexandre de Moraes faz com o meu pai é uma segunda facada, na sua alma, ao perseguir e prender uma pessoa inocente, com a intenção de humilhar um patriota. Todo mundo sabe o que vai. Aquilo [o julgamento] é farsa, é um teatro, todo mundo sabe o que vai acontecer, não pelo o que está no processo, porque três que vão julgar Bolsonaro são anti-Bolsonaro.

Áudio de Michelle
Durante a manifestação, foi reproduzido um áudio da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro. Ela é esperada, mais tarde, no ato na Avenida Paulista, junto ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

— Sabemos que vocês estão reunidos nesse dia 7 de setembro clamando por justiça e liberdade. Em 2022, mais de um milhão de pessoas ouviram o meu marido em Brasília naquela comemoração histórica do bicentenário da independência. Hoje, por perseguição e injustiça, ele não pode falar. Mas nós falaremos por ele até que essa tirania e essa perseguição sejam vencidas.

Michelle também criticou o Supremo Tribunal Federal e disse e citou prisões de manifestantes ligados aos atos golpistas.