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Trump estende prazo para concluir acordo sobre TikTok até 16 de dezembro

Presidente dos Estados Unidos disse nesta terça que tinha "um acordo sobre o TikTok" com os chineses

TikTok pode "sair do ar" nos EUA se sua controladora chinesa, a ByteDance, não conseguir vender suas operações americanas - Lieonel Bonaventure/AFP

O presidente Donald Trump estendeu novamente o prazo para que a controladora chinesa do TikTok, a ByteDance, se desfaça das operações da plataforma nos Estados Unidos, desta vez até 16 de dezembro, evitando assim o fechamento nacional do aplicativo.

Na terça-feira (16), Trump assinou uma ordem executiva para conceder mais tempo para a finalização da venda do popular app de compartilhamento de vídeos, após recentes negociações entre representantes dos EUA e da China que resultaram em um acordo preliminar.

Mais cedo, na terça-feira, Trump disse a repórteres que tinha “um acordo sobre o TikTok” com os chineses, ao deixar a Casa Branca rumo a uma visita de Estado ao Reino Unido.

“Cheguei a um acordo com a China, falarei com o presidente Xi (Jinping) na sexta-feira para confirmar tudo”, declarou.

Trump se recusou a citar as empresas envolvidas, mas o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, afirmou em entrevista à CNBC que o acordo era semelhante aos termos comerciais que haviam sido negociados no início do ano.

Os detalhes ainda não foram divulgados, mas o Wall Street Journal afirma que as operações do TikTok nos EUA ficariam sob controle de um consórcio de investidores que inclui Oracle, Silver Lake e Andreessen Horowitz, segundo fontes próximas ao assunto.

Na segunda-feira, Wang Jingtao, adjunto do responsável da Administração do Ciberespaço da China (CAC), indicou que as partes haviam chegado a um acordo sobre “o uso sob licença do algoritmo” e outras funcionalidades protegidas por propriedade intelectual.

O acordo também implica que a ByteDance “confie a gestão dos dados e a segurança dos conteúdos dos usuários norte-americanos” a um terceiro, segundo o dirigente chinês.

A situação do TikTok nos Estados Unidos foi uma das pautas da rodada de negociações econômicas entre representantes dos EUA e da China, iniciadas neste domingo, em Madri. As conversas também trataram de relações comerciais e o tarifaço de Donald Trump, em meio a exigências de Washington para que seus aliados imponham tarifas à China por compra de petróleo russo.

“Esse acordo não seria concluído sem as devidas garantias para a segurança nacional dos EUA”, disse Bessent. “Parece que também conseguimos atender aos interesses chineses.”

O secretário do Tesouro, que participou da reunião, afirmou que os chineses fizeram exigências agressivas durante as negociações.

“Eu acho que, em relação ao acordo do TikTok em si, estamos muito próximos ou já resolvemos a questão”, disse Bessent a jornalistas na segunda-feira, ao chegar à capital espanhola para o segundo dia de negociações. Sinalizando atritos nessas conversas, no entanto, ele acrescentou que o lado chinês havia feito “exigências agressivas”, sem dar mais detalhes.

O TikTok pode “sair do ar” nos EUA se sua controladora chinesa, a ByteDance, não conseguir vender suas operações americanas para um comprador aprovado antes do prazo, que foi estendido para dezembro, ou se Pequim se recusar a aprovar tal venda.