Enem 2025: Fernanda Bérgamo dá dicas para redação em entrevista à Rádio Folha 96,7 FM
Fernanda Bérgamo participou de uma conversa sobre o Enem nesta segunda-feira (6)
A pouco mais de um mês para a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a professora de português e redação, Fernanda Bérgamo, compartilhou dicas importantes para os estudantes em entrevista à Rádio Folha 96,7 FM nesta segunda-feira.
A professora foi entrevistada pela âncora Simone Ventura e pela editora-chefe da Folha de Pernambuco, Leusa Santos.
Uma grande curiosidade dos alunos é tentar descobrir qual é o tema da redação da prova do Enem, que será aplicada nos dias 9 e 16 de novembro.
Na visão da professora, o aluno não precisa se preocupar com essa situação, uma vez que o importante é estar preparado para identificar os recortes dentro do assunto geral.
"Uma falha que derruba a nota da redação de uma boa parte dos candidatos é se deter aos assuntos gerais. O tema parte de um assunto geral, mas apresenta recortes", iniciou Fernanda Bérgamo.
A professora utilizou como exemplo o tema da redação de 2015, que abordava a persistência da violência contra a mulher no Brasil. "A maioria dos candidatos escreveu sobre a violência contra a mulher no Brasil, mas não observou a presença da palavra persistência".
"Eu sempre digo para não gastar energia para adivinhar o tema. Gaste energia se preparando para o tema que vier. Eu posso não saber o tema, mas tenho certeza de uma coisa, que vai ter um recorte. Se começar apenas falando do assunto geral, toda a redação vai se distanciar do tema total", detalhou a professora.
Outro ponto destacado durante a entrevista é que, por mais complexo que seja o tema da redação, a prova sempre deixa textos de apoio para auxiliar os candidatos.
"É possível ter um ótimo resultado, mesmo que o candidato não saiba nada sobre o tema, mas demonstre paciência e capacidade de leitura dos textos de apoio", apontou Fernanda.
Importância da leitura
Segundo a professora, um problema que atinge muitos candidatos durante a prova é a dificuldade para interpretar os comandos, seja na redação ou nas questões objetivas.
Fernanda Bérgamo considera que a única forma de melhorar essa habilidade é com o hábito de leitura.
"Com a tecnologia avançada, nossos adolescentes estão fazendo leituras mais superficiais, muito fragmentadas. Entrar nos veículos de comunicação para se atualizar é importantíssimo, mas quando você lê pulando de uma manchete para a outra, sem aprofundar o conhecimento, isso gera o problema da incapacidade interpretativa. E você só consegue aproveitar o texto quando tem capacidade interpretativa. E só tem um remédio para melhorar: a leitura atenta", ressaltou.
Manter o nível
Além da falta de controle emocional, a professora destaca que um erro comum em redações é a condução do texto.
De acordo com a professora, o aluno começa o texto com muito gás. Por exemplo, a introdução fica completa e o segundo parágrafo é muito bom.
"Entretanto, o terceiro é só bom. Isso acontece por falta de tempo, por falta de ideia, por cansaço ou até falta de linha. Antes de passar a limpo, veja se o terceiro parágrafo tem a mesma qualidade do segundo. Mais da metade das vezes não tem", pontuou.
Veja a entrevista completa: