Congresso

Moro: 'foi fantasioso' relato que motivou operação da PF em Vara de Curitiba que cuidou da Lava-Jato

Agentes recolheram documentos, entre outros materiais, nesta quarta-feira por decisão do ministro Dias Toffoli, do STF

Sérgio Moro - Jefferson Rudy/Agência Senado

O senador e ex-juiz federal Sérgio Moro (União-PR) reagiu nesta quarta-feira à decisão do ministro Dias Toffoli que determinou que a Polícia Federal (PF) realize uma operação de busca e apreensão na 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, onde tramitou a Lava-Jato. O parlamentar classificou como “fantasioso” o relato que deu base à ação. Os agentes recolheram documentos, entre outros materiais.

Em outubro, Toffoli já havia determinado que a PF buscasse documentos no local, como parte de uma investigação que apura acusações feitas pelo ex-deputado estadual Tony Garcia contra Moro. Garcia afirma que em uma apuração anterior à Lava-Jato foi coagido pelo então juiz a gravar interlocutores de forma ilegal, com ações clandestinas, o que Moro nega.

“Não houve qualquer irregularidade no processo de quase 20 anos atrás que levou à condenação de Tony Garcia por ter se apropriado de recursos de consorciados do Consórcio Garibaldi. Como o próprio PGR afirmou, não há causa para competência do STF no inquérito, já que não há sob investigação ato praticado por Sergio Moro na condição de senador ou ministro”, disse a defesa de Moro, em nota.

A 13ª Vara já foi alvo de uma investigação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em junho do ano passado, o plenário do Conselho aprovou um relatório que apontou a suspeita de peculato, corrupção e prevaricação por magistrados e procuradores que atuaram na operação.

O documento indicou ainda possibilidade de desvio de recursos públicos e articulação entre juízes e procuradores que resultaram na “prática de atos atípicos pelo juízo, Ministério Público e outros atores”.

O relatório foi elaborado pelo ministro Luís Felipe Salomão, à época corregedor nacional de Justiça, e encaminhado para a Procuradoria-Geral da República e Supremo Tribunal Federal.