Gianechinni e Ricardo Tozzi questionam relações em 'Os Guardas do Taj'
Neste sábado (23) e no domingo (24), os atores entram em cena com a peça no Teatro RioMar
A arte que imita a vida que imita a arte e traz à cena reflexões sobre escolhas pessoais e expõe as relações humanas e a (des)obediência a padrões impostos. Esses são os motes da montagem "Os Guardas do Taj", apresentada neste sábado (23) e domingo (24) no Teatro RioMar e que traz Reynaldo Gianecchini e Ricardo Tozzi na pele de Humayun e Babur, respectivamente dois amigos que colocam em xeque a própria amizade (de infância) em pleno ano de 1648 sob o esplendoroso Taj Mahal, na Índia, que deve ser vigiado por eles.
O texto, do norte-americano Rajiv Joseph e direção de Rafael Primot e João Fonseca, é "despretensioso, simples, mas brilhante", de acordo com o próprio Tozzi, em entrevista à Folha de Pernambuco. Características que dão à narrativa o tom de um espetáculo atemporal, que cabe em qualquer palco e se direciona a quaisquer plateias, mesmo sendo retratada em pleno século 17.
Leia também:
Teatro Valdemar de Oliveira recebe espetáculo 'Les Girls Forever'
Sandy e Junior anunciam shows extras em dois Estados
Festival Internacional de Cinema Universitário abre inscrições
“Assim como na encenação, carregamos questionamentos sobre para onde vamos, quem somos e o que seguimos diante do que nos é imposto, até os dias de hoje”, ressalta Ricardo Tozzi, que carrega o lado emocional da história e se contrapõe à razão e à frieza de Humayun (Gianecchini), que segue totalmente as regras que lhe são dadas pelo imperador. “Nessa diferença, cada um toma suas decisões e a amizade deles passa por transformações. Mas será que eu também teria que fazer tudo certo? Mas afinal, o que é o certo e para quem?”, questiona o ator.
Deixar que a plateia permaneça com essas interrogações e levar questionamentos sobre se vale à pena obedecer sem questionar, são algumas das premissas que fazem parte da "missão" dos atores com a peça - que teve sua estreia em Portugal, depois passou por São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba.
Autoconhecimento
"Eu não acho que é uma peça que pretende agradar ao público. Na verdade ela faz com que a plateia volte para casa e pense, e isso se tornou uma espécie de questão missionária minha e do Gianni, por isso gostamos tanto do texto. Além do que, o personagem conta um pouco do que eu penso também, que é a busca pelo autoconhecimento, para saber se colocar e não seguir com a boiada para o lugar errado", finalizou o ator e ex-executivo que se entregou à vontade de atuar aos 30 anos, indo de encontro a opiniões alheias, mas sendo feliz com o sentido que passou a dar aos seus trabalhos como propagador da arte (que imita a vida, quase sempre).
Serviço
Os Guardas do Taj
Neste sábado (23), às 21h e domingo (24), às 19h
Teatro RioMar (av. República do Líbano, 251, 4º piso, RioMar Shopping)
A partir de R$ 50 (meia-entrada; balcão nobre)