Para a saúde: chocolate não, cacau sim!
Fruto do cacaueiro é rico em boas substâncias, atuando positivamente no organismo
Em meio a tantas polêmicas no âmbito nutricional, o chocolate estreou, ainda há pouco tempo, num lugar ao sol e se livrou - pelo menos em parte - da fama de vilão implacável da alimentação. O momento de fama do alimento se deve às descobertas positivas sobre a atuação do cacau propriamente dito no organismo. O fruto originário da América Central não tem sua utilização restrita apenas aos chocolates ricos em açúcar e gordura que tomam conta das prateleiras dos supermercados.
É o que confirma a nutricionista Bruna Cândido. “O cacau é rico em substâncias chamadas de polifenóis, que apresentam diversos benefícios. São protetoras da saúde cardiovascular, podendo baixar a pressão arterial, também são antioxidantes, portanto, retardando o envelhecimento”, esclarece a profissional.
Alegria, alegria
Outra propriedade destacada por Cândido é a sensação de bem-estar proporcionada pelo alimento. O cacau tem boa concentração de triptofano, classificado como aminoácido, responsável pela liberação de conforto imediato. Isso explicaria em parte a busca de mulheres em período de tensão pré-menstrual (TPM) por chocolate durante esses dias.
“O chocolate é uma fonte de cacau, mas para que os benefícios sejam significativos é necessária uma boa concentração dele no produto, ou seja, quanto mais amargo, melhor!”, explica Bruna. Que dá uma dica para os não habituados com o sabor dos chocolates com maior concentração do fruto: “se o paladar ainda não é adaptado a esse sabor, o indicado é começar com concentrações a partir de 50% e ir aumentando aos poucos”.
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Outra forma comum de inserir o cacau puro na alimentação corriqueira é em pó. Há opções orgânicas até, disponíveis no mercado. Dá para adicionar em receitas de bolo, no lugar de achocolatados ricos em açúcar, ou polvilhado sobre frutas como banana, por exemplo.
Moderação
É ótimo saber que o cacau e derivados têm as bênçãos dos nutricionistas, mas não de pode desconsiderar outras características que podem não fazer tão bem em alguns indivíduos. Ele é fonte de teobromina, que atua como estimulante do sistema nervoso e tem ação diurética; além dela, concentra cafeína.
“Por isso, para quem não tem um sono de qualidade, possui alguma inflamação no labirinto (a popular labirintite) ou tem episódios de enxaqueca, não é uma boa escolha alimentar”, orienta a nutricionista. Em tempo. Segundo Bruna, a informação de que o cacau tem propriedade afrodisíaca não procede. Aliás, não existem alimentos com esse poder, mas, sim, com propriedades energéticas maiores que outros.