Novas cargas na rota da Agrovia
Terminal instalado no Porto de Suape, movimentará agora milho, cevada e trigo. Atualmente, empresa já armazena açúcar
A partir de agora o Terminal da Agrovia do Nordeste, localizado no Porto de Suape, está liberado para movimentar novas cargas. O empreendimento que armazena apenas o açúcar refinado proveniente das usinas canavieiras do Estado, passará a movimentar outros grãos, como o trigo e o milho. Além disso, a empresa, braço da Odebrecht Transport, já projeta investimento futuro de R$ 79 milhões em equipamentos de armazenamento dos produtos.
Ontem, foi publicado no Diário Oficial da União a liberação para as novas operações. Como descrito no texto da gestão federal, está assinada a “autorização para movimentação além de açúcar, de outros graneis sólidos de origem vegetal, bem como fertilizantes”. O aditivo foi assinado pelo Ministério dos Transportes, pela Antaq e pelo Porto de Suape.
Com essa liberação, o terminal vai focar, inicialmente, na importação de milho, cevada e trigo. De acordo com o diretor da Agrovia, João Gualberto, desde a concepção e estruturação do projeto do terminal, já estava previsto a diversificação de cargas. “Com a autorização, podemos iniciar imediatamente a movimentação de novas cargas. Estamos em contato com potenciais clientes”, informou Gualberto, ao complementar que o cronograma de implantação da nova fase está em desenvolvimento. Ou seja, ainda não há data marcada para começar as novas movimentações porque a Agrovia está em negociação com as empresas que fazem as rotas.
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Ainda segundo a Agrovia, a expectativa é que no futuro sejam investidos R$ 79 milhões para implantação de novos silos (estrutura de armazenamento) com capacidade total de 30 mil toneladas e equipamentos destinados à movimentação de grãos e cereais.
Para Gualberto, a autorização é extremamente estratégica para a Agrovia que ganha um novo posicionamento como um terminal multicargas. “A safra de açúcar está restrita a alguns meses do ano, por isso, o terminal tem um potencial que agora poderá ser explorado plenamente”, informou o diretor.
Para o presidente do Porto de Suape, Carlos Vilar, essa liberação é importante. “Diversifica o perfil da carga. Agora, a Agrovia vai poder ir pro mercado atrás de novos perfis”, destacou Vilar. Na semana passada, o segundo termo aditivo de autorização das operações foi assinado pelo Porto de Suape, pela Agrovia e pela Antaq. Faltava apenas o Ministério dos Transportes, que assinou alguns dias depois.
Balanço
Em 2017, o terminal recebeu cinco navios e movimentou 51.569 toneladas de açúcar. Além disso, recebeu 2.718 caminhões e armazenou 60.720 toneladas do produto. O terminal permitiu reduzir o tempo de embarque do açúcar ao receber navios de maior porte, com capacidade para açúcar encasacado e 70 mil toneladas para outros granéis, o dobro dos navios anteriores