Qui, 18 de Dezembro

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Fernando Dueire propõe política nacional para reduzir uso do metano

Proposição busca incentivar transformação de resíduos sólidos em energia limpa

Senador Fernando Dueire durante discurso na tribuna do SenadoSenador Fernando Dueire durante discurso na tribuna do Senado - Waldemir Barreto/Agência Senado

O senador Fernando Dueire (MDB-PE) apresentou o Projeto de Lei 3311/2025, que cria o Programa Nacional do Metano Zero, com o objetivo de transformar resíduos sólidos em energia limpa e reduzir as emissões de gases de efeito estufa. A proposta está entre as prioridades da pauta ambiental no Senado e pode ser votada antes da realização da COP 30, em Belém, no Pará.

“Estamos diante de uma política estratégica que reúne inovação tecnológica, impacto ambiental positivo e inclusão social. O Brasil tem condições de liderar essa transformação e mostrar ao mundo que é possível crescer com responsabilidade”, afirmou o senador.

O projeto incentiva o uso de tecnologias como a biodigestão anaeróbia, o coprocessamento de resíduos e a recuperação energética de materiais não recicláveis, além de propor um novo modelo de gestão de resíduos que gera energia elétrica e biocombustíveis. Um dos pilares da iniciativa é o Certificado de Origem Metano Zero, mecanismo que permite mensurar e monetizar a redução das emissões, com potencial de integração ao mercado de carbono.

O texto prevê ainda a criação do Comitê Interministerial do Programa Nacional do Metano Zero (Cipem), com funções normativas, fiscalizadoras e de articulação entre União, estados, municípios e sociedade civil. O programa também estabelece metas obrigatórias de contratação mínima de energia gerada a partir de resíduos, integrando-a à matriz energética nacional.

“A COP 30 é uma oportunidade histórica. Precisamos chegar lá com soluções concretas, capazes de demonstrar que o Brasil não apenas assume compromissos climáticos, mas também os transforma em políticas públicas consistentes”, disse o congressista.

O projeto também prevê atenção a empreendimentos de pequeno porte, com regras simplificadas de certificação e estímulos à participação de cooperativas de catadores. Parte da receita gerada com os certificados poderá ser direcionada para redução tarifária no setor elétrico e investimentos em saúde pública.

O PL 3311/2025 também se alinha ao Pacto da Transição Ecológica, lançado pelo governo federal, e busca complementar políticas já em curso, como o marco legal da energia eólica offshore e o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões. Para o senador, “tratar o metano como prioridade é essencial para garantir coerência à agenda climática brasileira. Essa proposta coloca o Brasil entre os países que levam a sério o futuro do planeta”. A proposta já está em tramitação no Senado Federal.
 

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