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O legado da família Picciani

Leonardo Picciani, ministro dos EsportesLeonardo Picciani, ministro dos Esportes - Flickr
A prisão do presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Jorge Picciani, colocou novamente o nome da família no centro de polêmicas. Antes das investigações sobre favorecimento de empresas de ônibus por parlamentares fluminenses, o sobrenome esteve associado diretamente ao processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). O atual ministro dos Esportes, Leonardo Picciani, filho do deputado estadual, ganhou forte projeção nacional em fevereiro do ano passado, quando conquistou a liderança do PMDB na Câmara Federal.

Em fevereiro de 2016, quando disputou o posto contra o deputado Hugo Motta, Leonardo foi apoiado por Dilma. Na época, ele fazia fortes críticas ao então presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB), que estava ao lado do seu rival e travava uma guerra particular contra a petista. O resultado da disputa foi considerado uma derrota para Cunha e um alívio para o governo, que passou a acreditar que iria voltar a ter controle sobre o PMDB no Congresso, que ainda era a principal legenda da base aliada.

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Mas, pouco depois, Leonardo pegou todos de surpresa e orientou a bancada a votar a favor do impeachment, mesmo tendo dado voto contra. E, apenas três meses depois de sua vitória dentro do PMDB, quando Temer tomou posse interina no Planalto, no dia 12 de maio, ele ganhou uma pasta no governo.

Delação
Em sua delação premiada, o marqueteiro Renato Pereira afirmou que foi chamado para participar de uma reunião com Leonardo Picciani para tratar de facilidades para que a sua agência, a Prole, ganhasse uma licitação de publicidade no Ministério da Saúde. Segundo o depoimento, que ainda não foi homologada pelo STF, a primeira reunião teria sido em um escritório de advocacia no Rio de Janeiro, em 2015.

Patrimônio

Ainda em 2011, quando o deputado estadual Jorge Picciani presidia o PMDB-RJ, o ex-governador do Rio, Anthony Garotinho, publicou um artigo em seu blog sobre o crescimento do patrimônio da família Picciani. Segundo o texto, Jorge teria se transformado no "Rei do Gado, com uma evolução patrimonial excepcional".

"Vamos então começar pelo patriarca da família Picciani, o ex-deputado Jorge Picciani. Notem que no ano de 2000, sua declaração de renda era de R$ 1.345.777,57. Em 2011, ele alcança sozinho R$ 27.367.931,08. É uma evolução realmente fantástica!", disse Garotinho, na ocasião.

Segundo o ex-governador, que já foi preso por duas vezes neste ano, Leonardo Picciani "seguiu os passos do pai". "Em 2000 declarou no Imposto de Renda R$ 365.624,60, e agora, com o aumento de participação na Agrobilara, seu patrimônio deu um salto para R$ 9.885.603,00". Na época, Leonardo era secretário de Habitação de Sérgio Cabral, que está preso há quase um ano.

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