Qui, 18 de Dezembro

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[Opinião] Contribuição acadêmica

Nesse trem fantasma você vai embarcar, a vida vai buscar, não adianta se esconder (Judith de Souza).

Fundada por Platão o ginásio recebeu o nome de Academia em homenagem a Academus. Relatos históricos afirmam que do lado de fora tinha escrito o seguinte: “não permitam a entrada de ninguém que não saiba geometria”. Com o passar dos anos, o nome academia passou a ser aplicado ao local onde há grandes debates e estudos das diversidades científicas.

O mundo da academia sempre causou divisão. De um lado estão os que defendem que a mesma é utilizada para fazer proselitismo ideológico e que por isso não deve ser encarada como algo proveitoso. Do outro lado, os que a veneram e acreditam que sem ela seria impossível o avanço da sociedade.

Quando se pensa no mundo da política, o entendimento com relação às questões científicas não é diferente. Há um grupo que desvaloriza, desconsidera e acredita que a política é algo inerente ao pragmatismo e que basta encontrar a fórmula para conquistar o eleitor e tudo estará resolvido. Com efeito, entendem que o eleitorado não tem capacidade reflexiva e consequentemente não possui  leitura crítica das coisas que estão ao seu redor. O estudo da política não passa de devaneios dos que sonham em disputar um cargo público, mas preferem se esconder por trás dos livros. Vivendo de nostalgia oriunda dos clássicos.

Nos últimos tempos, na área da saúde não tem sido diferente. Pessoas totalmente desconhecedoras insistem em emitir opiniões. Há até quem participa de grupos que fazem apologia da utilização de meizinha, apenas para garantir o óbolo mensal. Em fim, em tempos de crise, poucos se expressam de maneira independente, é mais cômodo defender bandeiras esdrúxulas, mas que garantam o status quo.

Hely Ferreira é cientista político.

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