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Sileno Guedes: cúpula não pode decidir sozinha

Sileno GuedesSileno Guedes - Henrique Genecy/Folha de Pernambuco
A principal cobrança feita nas hostes internas do PSB sobre o lançamento da candidatura do ex-ministro Joaquim Barbosa pelo partido é uma só: diálogo. Com a falta de tradição do jurista na vida política partidária, desconfianças em diversos estados do País surgem e militantes da sigla cobram posicionamentos do dirigente. Pernambuco e São Paulo se tornaram os casos mais conhecidos, mas há um pé atrás em relação ao ex-magistrado, ainda, na Paraíba, Ceará, Maranhão e Bahia. A dúvida é saber o que o jurista pensa e sua disposição para se adaptar à realidade partidária da sigla. Além disso, há uma preocupação mais estratégica que é a possibilidade do projeto presidencial melindrar as alianças em estados como Pernambuco, onde a sigla dialoga com o PT.

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Presente na reunião desta quinta-feira (19), o presidente do PSB de Pernambuco, Sileno Guedes, afirma que a construção da candidatura de Barbosa não deve ser "uma decisão da cúpula", mas integrada à base do partido. "Temos que assegurar que nosso pré-candidato não afaste o PSB do campo que ele integra há 70 anos. O PSB é um partido com história. Tem que se colocar para a base, para não virar uma cabeça sem corpo. Não é somente A ou B dizer quem é o candidato, é preciso construir essa candidatura. O candidato tem que se expor e dialogar com o partido", avaliou. Segundo o dirigente, é preciso que o ex-ministro dialogue não só no espaço interno da sigla, mas com o campo do qual o PSB vem se aproximando, que integra PDT, PCdoB, PSOL e PT.

Para superar a resistência, Barbosa vem se articulando. Nas últimas semanas, o ex-ministro já vem agindo para tentar vencer a desconfiança. Ele já conversou com o governador de São Paulo, Márcio França, há cerca de um mês, e com o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, no domingo de Páscoa. Na última terça-feira, o encontro foi com o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, e o prefeito do Recife, Geraldo Julio. No circuito, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, também intensificou as conversas com os correligionários de estados mais resistentes. Ele ligou para o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, para a senadora Lidice da Mata (BA) e o próprio França. "Não diria que há resistência porque não tem ninguém contra a candidatura. O que as pessoas querem é uma aproximação, porque muitos não o conhecem. Isso demonstra o amadurecimento do partido. Não é um partido que vai estar à disposição de um candidato só por conta de pesquisas", disse Siqueira.

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