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Como é possível manter uma rotina para concursos estudando sem previsão de edital?

Apesar das incertezas, usar da antecipação é uma estratégia para “sair na frente” dos concorrentes

ConcursoConcurso - Divulgação

Quando pensamos em estudo para concursos, automaticamente nos vem à mente a memória de editais publicados, prazos para inscrições e cronogramas regrados. Mas, nem sempre é assim. Muitas vezes, o edital desejado ainda não foi divulgado, ou o candidato não se sente preparado para prestar a seleção. Por isso, a alternativa de se manter nos estudos, apesar de não ter uma previsão de edital ou de início para o concurso, vem se tornando cada vez mais usual.


Para Tiago Melo, professor de concursos e servidor público, é imprescindível sempre estudar por antecipação e se manter ativo.


“Importante demais se antecipar, tendo em vista que o conteúdo é extenso e atualmente os concursos estão cada vez mais concorridos. Antecipar te faz estar um passo à frente do seu concorrente, e, quando o edital sair, você só vai revisar aquela disciplina onde se tem mais dificuldade, enquanto muitos ainda vão ter o primeiro contato com as disciplinas”, explica.


Preparação
Porém, se engana quem pensa que estudar sem ter um edital publicado em vista torna o processo menos metódico ou desorganizado. Ainda segundo Tiago, é importante focar em uma base de conteúdos gerais. 


Em sua análise, ele afirma que existem seis disciplinas que são cobradas na maioria dos concursos públicos, e que devem ser a prioridade: língua portuguesa, raciocínio lógico e matemática básica, presentes com maior peso em concursos de nível médio e técnico, além de informática, direito constitucional e direito administrativo, exigidos em seleções para cargos administrativos ou mais elevados.


Também vale ressaltar que, mesmo que não se tenha uma seleção específica como objetivo, não é recomendável participar de todos os concursos que estejam em vigência. O professor Melo destaca que quem foca em uma área de atuação, seleção ou nível de prova tem mais chances de ter êxito. 


É o caso de Maria Luiza Alves, uma concurseira de “primeira viagem”, de apenas 21 anos. Ela cresceu em um ambiente de concursados, tendo as referências do pai e da mãe como servidores públicos, e, em um momento de fragilidade no trabalho, percebeu que a estabilidade que um título público oferecia seria importante em sua vida.


Ao iniciar os estudos para cargos públicos, Luiza sempre buscou ter prazos, metas e planos a curto, médio e longo prazo. “Para curto prazo, [quero] um concurso de nível médio mesmo que eu consiga entrar imediatamente. E futuramente, quando eu acabar a faculdade, talvez eu faça para comunicação”, diz a estudante, que no momento visa as seleções de nível médio do Banco do Brasil e do Concurso Público Unificado de Pernambuco (CPU-PE).


Maria Luiza usa uma estratégia de preparação aprovada por Tiago Melo, que se baseia em analisar provas e editais antigos, usando-os como base para criar cronogramas e responder simulados. O professor também sinaliza que, se você já tem um cargo em mente, é importante verificar quais disciplinas têm mais peso em sua seleção, e priorizá-las.


Apesar de estudar de forma antecipada ser recomendado, não ter previsão de quando será possível fazer as provas, e não poder se prender ao fato de já estar inscrito em algo, pode ser angustiante. O medo do edital não vir é uma marca constante para os concurseiros que fazem a escolha de estudar sem um edital publicado, e ver que outras pessoas já estão trabalhando ou assumindo seus cargos pode gerar ainda mais ansiedade.


“A minha ansiedade em geral é sempre em cima de incertezas, e quando o edital ainda não saiu, você está vivendo uma incerteza”, esclarece Luiza.


Contudo, Tiago diz que nesses casos é preciso ser otimista, e pensar que, caso aquele edital esperado não seja publicado, é possível fazer provas de áreas correlacionadas, em que pelo menos 80% das disciplinas que o candidato já estava estudando serão cobradas.


“Isso me causa muita ansiedade, mas o que me pega para me preparar mais para os estudos é a disciplina. Em pré-edital, você não tem tanta essa pressão de estudar loucamente. Então, [posso] me planejar, montar meu meu método da melhor forma possível, para poder me organizar”, complementa Maria Luiza, que acredita que o privilégio de ter mais tempo para se preparar é valioso.
 

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