Como se preparar para concursos na área de segurança?
Segurança pública tem sido muito pautada em seleções, e deve ter demanda ainda maior em 2026
A segurança pública tem sido um tema pautado de forma recorrente nos últimos tempos. Muitos governantes têm enfatizado a necessidade de sanar lacunas nesta área, como a infraestrutura de operação, a manutenção de equipamentos e a falta de profissionais em serviço. Para esta última questão, a solução tem sido quase universal: a abertura de concursos para as mais diversas áreas de segurança, como polícias civil e militar, guardas, bombeiros, delegados, peritos, e muitos outros.
Em Pernambuco, por exemplo, já foram feitos dois chamamentos de aprovados nas áreas da polícia só neste ano, e a governadora do estado, Raquel Lyra, promete lançar novos editais para 2026.
“Agora em novembro vamos fazer mais nomeações e, até abril, vamos estar com mais 7 mil novos policiais contratados no Estado”, afirmou.“Já estamos contratando a nova banca para concurso público das mais diversas polícias, porque a gente precisa garantir recomplementação de quadros o tempo inteiro e Pernambuco sofreu muito porque teve um déficit e uma queda de policiais ao longo do tempo sem a reposição adequada”.
Preparação
O primeiro ponto que o concurseiro deve se atentar ao escolher se preparar para seleções na área de segurança pública é que, além das provas objetivas e subjetivas, esses processos seletivos preveem outras etapas, como teste de aptidão física (TAF), exame psicotécnico, exame de saúde, investigação social e curso de formação.
Logo, a preparação é mais longa do que em outros concursos, as notas de corte são mais elevadas, e o tempo estimado entre a prova e a nomeação é de aproximadamente dois anos - exigindo atenção em cada fase prestada.
“O candidato tem que analisar o edital do concurso para ver quais serão as matérias prioritárias, isso a depender do peso da matéria previsto no edital. Mas, por exemplo, não adianta ele gabaritar a prova objetiva, se não conseguir tirar a nota mínima na subjetiva (redação). Não adianta estar classificado em 1º Lugar e reprovar no TAF”, explica o professor de concursos e especialista na área de segurança pública, Wilson Garcia.
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Outro fator importante é que, apesar das matérias cobradas pelo edital dependerem do órgão escolhido, é comum que haja a cobrança de algumas disciplinas basilares, tais como: Direito Constitucional, Administrativo, Penal e Processual, além de português e raciocínio lógico.
Ou seja, a preparação para concursos na área de segurança não pode ser a mesma de outros processos seletivos. Os estudos precisam ser direcionados para áreas do direito e legislação específicas e no preparo físico, fato que exige que o candidato esteja matriculado em cursos voltados para os cargos de segurança, ou ainda foque em simulados e provas antigas desta área, não cabendo somente fazer questões da banca.
Para Júlio Raizer, professor e mentor de aprovação da Focus Concursos e da Faculdade Focus, os concurseiros, especialmente os iniciantes, devem focar também em uma estratégia chamada de “concursos escada”.
“Você faz o concurso municipal, um concurso estadual, que é um concurso que normalmente não é tão corrido e que oferece um número considerável de vagas, e tem [mais] chance de passar com menos tempo de estudo. Aí ele passa, garante seu ‘pé de meia', e continua estudando para aqueles concursos que o concurso que realmente ele deseja, que são concursos maiores, que pagam melhor”, explicou. Para ele, candidatos iniciantes podem até passar em concursos maiores, como os de nível federal, mas começar por certames menores permite que eles possam estudar com a garantia de já ter uma nomeação.
Isso é confirmado também por Wilson Garcia, que diz que a tendência é que as seleções de nível federal sejam mais difíceis que as de nível estadual e municipal. Por exemplo, ele explica que uma prova da Polícia Federal é mais difícil e concorrida que a da Guarda Municipal e da Polícia Civil, e traçar um possível “Plano de metas” a longo prazo pode ser o melhor método.



