Ílhavo e Arouca: dobradinha imperdível em Portugal
Complexo Vista Alegre, Praia Costa Nova, Passadiços do Paiva e Ponte Arouca entre os atrativos!
Começamos este tour pela Capela de Nossa Senhora da Penha de França, que faz parte do complexo Vista Alegre. Do século XVII, foi classificada Monumento Nacional, em 1910. No topo das Torres, cegonhas fizeram enormes ninhos e já são dezenas delas por lá. No interior da capela destacam-se os azulejos seculares, as cúpulas e um dos mais luxuosos mausoléus da região: o túmulo do Bispo de Miranda, Manuel de Moura Manuel, reitor da Universidade de Coimbra. Em 1816, José Ferreira Pinto Basto, fundador da Vista Alegre, comprou a capela. Acompanhe a gente também no Instagram, onde você pode receber várias dicas de viagem e conhecer paisagens incríveis! É só clicar AQUI!
Em 1824, Sr. Basto fundou a Fábrica de porcelana Vista Alegre, operando uma revolução. Em 2024, a marca de prestígio mundial celebrou 200. Em Portugal, é comum as pessoas virarem os pratos, à mesa, para verificar se se trata de uma criação Vista Alegre. A marca pode ser encontrada nas casas reais europeias, na Casa Branca e também nas casas portuguesas de norte a sul do país.
Trouxe a Bola: a Vista Alegre desde o início destaca-se pelo projeto social com bairro dos trabalhadores, teatro, escola e a primeira corporação de bombeiros em Portugal. E olha que curioso: a família Pinto Basto foi responsável pela introdução do futebol em Portugal. De férias, mundo afora, eles conheceram a bola e logo adquiriram uma pra apresentá-la ao seu povo. Em 1915, foi fundado o Sporting Clube da Vista Alegre, que tem hoje mais de 400 atletas. A nova família que assumiu o complexo transformou o antigo palácio em hotel. A fábrica conta com cerca de 700 trabalhadores e exporta porcelana pro mundo, nas linhas doméstica, decoração e hotelaria. O forno gigante exposto no museu é de 1930. De construção alemã, chegava a receber mil peças pra “cozedura”.
À mão: a fábrica tem hoje 16 pintores para peças à mão, vendidas com certificado e que chegam a custar 2.300 euros um prato; ou até 45 mil euros (armário revestido em azulejos). Levam até 3 semanas pra pintar cada peça. No atelier, o visitante pode comprar uma peça (de até 20 euros) e pintar pra se chamar de sua! O complexo conta com loja cheia de variedades.
Vamos agora à Costa Nova, onde está a Praia da Costa Nova, a mais colorida de Portugal. O nome foi dado ao ser inaugurada a Barra da Lagoa de Aveiro, em 1808. O objetivo era separar da “costa velha” localizada na praia de São Jacinto, até então utilizada pelos pescadores. Colorido: ao longo do século XIX, os pescadores começaram a se deslocar para a Costa Nova já que lhes davam acesso mais fácil ao mar. Foi quando começaram a construir palheiros, armazéns e abrigos para marinheiros e barcos de pesca. Os palheiros são lindas casas dos pescadores pintadas com cores bem vivas e que se tornaram atrativo turístico na região. Está sempre bem movimentado por lá e o local conta com hotéis, pousadas, hostels, restaurantes e lojas de souvenirs. No verão, é um dos destinos mais concorridos sem falar que é um lugar bem instagramável.
Clube de Vela: este restaurante tem ambiente pra lá de marítimo, a começar pela fachada com cores e arquitetura típica das casas dos antigos pescadores. O ambiente é uma delícia, todo com vidro em volta e a vista para a água. Sem falar do menu que é variado e claro que o forte são os pratos à base de frutos do mar. De entradinha vale muito a pena pedir camarões salteados, são graúdos e saborosíssimos!Tem ainda bolinho de bacalhau, mariscos, lula empanada, peixe frito, etc. Tem uma sobremesa que vem um pouco de tudo pra ninguém ficar de fora. Aliás, os pratos por lá são bem generosos. Vale a pena ir com bastante fome! O Clube de Vela funciona todos os dias, das 12h às 15h (almoço) e 19h às 23h (jantar).
Museu Marítimo: se você gosta de ouvir uma boa história de pescador vai adorar o Museu Marítimo. E não desconfie da conversa porque aqui o assunto é contato baseado em relatos históricos, tudo com auxílio de fotos, objetos, réplicas fiéis aos barcos utilizados na pesca do bacalhau. É bem interessante! Desde 2001, os visitantes podem conhecer aqui como era feita a pesca do bacalhau nos mares da Terra Nova e da Groelândia. As fainas da Ria e a diáspora dos naturais de Ílhavo ao longo do litoral português são as
referências patrimoniais do Museu. O edifício foi nomeado, em 2003, para o prémio para a Arquitectura Contemporânea da União Europeia/ Fundação Mies Van Der Rohe.
Começamos a visita conhecendo a embarcação que é gigantesca, inclusive podemos entrar e ver todos os espaços como funcionavam. Depois, passamos por exposição de objetos como iscas, cordas, além de outros tipos de barcos. Também observamos uma infinidade de conchas com a identificação de onde elas são. Cada uma mais linda que a outra! Aquário: e claro que no museu onde o Bacalhau é a grande estrela, não podia faltar o aquário com esses peixes não é mesmo? Em Portugal, ele é tão consumido no dia a dia que a população o trata como carne. Vale a pena conhecer as origens da história do bacalhau e o mais interessante é que muita gente pensa que ele é natural do mar português. Puro engano! O Bacalhau precisa de águas mais frias e por isso os pescadores de Portugal vão buscá-los na Noruega.
Curiosidades: foi inclusive na Noruega e Islândia onde surgiram as primeiras fábricas de processamento de bacalhau, no Sec IX. No entanto, foi no séc. XV que os Portugueses começaram a comercializar bacalhau, que salgado e seco conservava-se mais de três meses nas expedições marítimas, sem perder proteínas ou nutrientes. Para ter essa conservação inclusive que Aveiro tinha mais de 300 salinas; após uso de frigoríficos existem atualmente apenas seis. Os Portugueses foram os primeiros a pescar bacalhau na Terra Nova, no séc. XV. Nesse tempo, o bacalhau representava já 10% do comércio de peixe em Portugal. Todos os anos, em agosto, a cidade de Ílhavo organiza o muito popular Festival do Bacalhau. Funciona de terça a sábado, das 10h às 13h e das 14h às 18h; e aos domingos, das 14h às 18h.Você pode visitar o Museu, o Centro de Religiosidade Marítima e o Navio Museu de forma individual ou integrada. Os preços vão de 2,50 a 9 euros (adulto).
Chegamos agora aos Passadiços do Paiva. Só digo uma coisa: é imperdível! Os passadiços do Paiva existem desde 2015, interligando pontos de observação do rio Paiva onde se praticam atividades como por exemplo o rafting. Como as pessoas paravam em determinados pontos para fazer a contemplação, criou-se um projeto muito maior e inovador de desenvolvimento turístico sustentável. Percurso: são 8Km de trajeto todo em madeira, margeando o rio com cenário cinematográfico! Os Passadiços do Paiva estão localizados em Arouca, distrito de Aveiro.
A caminhada é longa mas o percurso é rodeado de paisagens únicas, num autêntico santuário natural. O percurso estende-se desde as praias fluviais do Areinho e da Espiunca, situando-se entre elas a praia do Vau. Vale destacar também a riqueza geológica e arqueológica do lugar. Em setembro de 2024, essa região sofreu um grande incêndio como em várias parte do país e 90% dos Passadiços foram destruídos pelo fogo. Hoje, tudo está recuperado e por isso a madeira em que caminhamos está bem clarinha, pois é nova. O percurso dura em média 2h30.
Prepare-se! Agora vem a programação com nível de adrenalina mais alto de toda essa trip. Cruzar a Ponte Arouca 516, que como o próprio nome diz tem 516 metros de comprimento. Quando construída, em 2021, era a ponte suspensa mais comprida do mundo. Hoje ela é a terceira, ficando atrás apenas de uma construída na República Tcheca e outra na Espanha.
Números: a ponte está a 175m de altura do rio Paiva e a travessia dura cerca de 20 minutos. Algumas pessoas chegam a comprar o bilhete e depois de 5 passos, voltam e desistem da travessia. A construção da ponte levou 2 anos e meio. Custou cerca de 1,2 milhão de euros. Arouca: a Vila Arouca é um charme só! Lugar pra você curtir pelo menos uma noite pra bater perna pelo centrinho, conhecer bares e restaurantes, super recomendo. Das curiosidades do lugar, não se pode construir nada mais alto que o Mosteiro. Foi ele que deu origem ao lugar. Data do século X e foi ampliado no século XVII.
*O jornalista viajou a convite da Azul Linhas Aéreas, do Visit Porto and North e do Porto Convention and Visitors Bureau



