Expectativa de vida no Brasil sobe para 76,6 anos e reforça a urgência do envelhecimento saudável
O médico Rafael Coelho diz em seu artigo que o envelhecimento autônomo parte de hábitos saudáveis

A elevação da expectativa de vida no Brasil para 76,6 anos em 2024, segundo dados divulgados pelo IBGE, é um marco que evidencia avanços sociais, maior acesso à saúde e melhor prevenção de doenças. O crescimento de 2,5 meses em relação a 2023 mostra um país que vive mais, com os homens chegando a 73,3 anos e as mulheres alcançando 79,9 anos. No entanto, esses números precisam ser interpretados para além da estatística. É fundamental lembrar que existir é diferente de viver. Não basta somar anos à vida; é preciso somar vida aos anos. O grande desafio da saúde pública e da vida moderna é garantir que esse aumento na expectativa seja acompanhado de autonomia, funcionalidade e bem-estar.
Diversas doenças podem comprometer esse percurso e limitar a independência na velhice. Entre elas estão o diabetes tipo 2, a hipertensão, a obesidade, a osteoporose, as artroses, as doenças cardiovasculares, as síndromes metabólicas e as demências, como o Alzheimer. Também merecem atenção condições silenciosas que reduzem mobilidade, visão, audição e cognição, diminuindo a capacidade de realizar atividades simples do dia a dia.
Quanto antes, melhor - A construção de uma longevidade saudável não começa aos 60 anos, mas muito antes. A pergunta sobre quando devemos iniciar esse processo tem uma resposta direta: o quanto antes. Cada fase da vida oferece oportunidades diferentes. Na juventude, consolidamos estrutura muscular e óssea. Na vida adulta, estabelecemos hábitos que moldam o metabolismo e previnem doenças crônicas. E na maturidade, colhemos as escolhas feitas ao longo das décadas. Nunca é tarde para começar, mas quanto mais cedo, maior a chance de conquistar anos realmente vividos com autonomia.
Longevidade saudável - O primeiro é a alimentação inteligente, baseada em comida de verdade, com redução de alimentos ultraprocessados. Esse padrão alimentar diminui inflamações, controla o peso, protege o coração e preserva a musculatura e o funcionamento adequado do intestino e do cérebro. O segundo pilar é o movimento diário. O exercício físico é o maior determinante de autonomia na velhice. A combinação de treinos de força, mobilidade e exercícios aeróbicos protege ossos e articulações, melhora o equilíbrio e previne quedas. Envelhecer com músculos significa envelhecer com independência. O terceiro pilar é o sono reparador. Dormir bem fortalece a imunidade, regula hormônios essenciais, ajuda na memória e melhora o humor. Noites mal dormidas aumentam o risco de diabetes, obesidade e declínio cognitivo. A saúde emocional é o quarto pilar. O corpo não separa o emocional do físico. O estresse crônico, a ausência de vínculos sociais e a falta de propósito estão ligados ao envelhecimento acelerado. Cuidar da mente é tão importante quanto qualquer exame laboratorial.
Prevenção - Consultas regulares, vacinação, rastreamento de câncer, controle da pressão, da glicemia e do colesterol permitem identificar riscos antes que surgem complicações. Prevenir é sempre mais eficiente do que tratar. O aumento da expectativa de vida é uma conquista brasileira, mas apenas fará sentido se vier acompanhado de autonomia, independência e capacidade de viver plenamente. Longevidade não é apenas chegar mais longe, é chegar bem. E isso depende de escolhas diárias, consistentes e conscientes ao longo de toda a vida.
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Acontece
I Congresso Internacional de Ciência Aberta, Inteligência Artificial e Sustentabilidade
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Três trabalhos de iniciação científica do Centro Universitário Tiradentes (Unit-PE) foram selecionados para serem apresentados no I Congresso Internacional de Ciência Aberta, Inteligência Artificial e Sustentabilidade, durante o painel "Experiências que Transformam". Um deles envolve a aplicação da tecnologia em favor da saúde, com o tema: Detecção do câncer Oral com Inteligência Artificial. Outro projeto que também alia pesquisa e inovação é o OXITECH: Desenvolvimento de Aplicativo para Monitoramento e Controle do Consumo de Oxigênio Medicinal com Python. Tem também um sobre a forma como as mulheres sáficas são atendidas pela assistência da pessoa enfermeira. Os projetos são de alunos dos cursos de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Ciência da Computação e Enfermagem. De iniciativa da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o evento acontecerá de 02 a 04 de dezembro de 2025, no auditório do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA) e reunirá pesquisadores, gestores públicos, formuladores de políticas, professores, estudantes e profissionais de diversas áreas e interessados em ciência, tecnologia e desenvolvimento sustentável. Outras informações do Congresso no site: https://www.cienciareads.com/spes
Pesquisadoras lançam guia para famílias de superdotados
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Como reconhecer e estimular o potencial de uma criança superdotada? E como lidar com as dúvidas, expectativas e desafios que surgem a partir desse diagnóstico? Essas são algumas questões esclarecidas no livro “Desenvolvendo o potencial de crianças superdotadas – Guia prático para famílias” (editora Appris) das pesquisadoras e professoras de Psicologia Denise Fleith e Cristiana Aspesi. Baseado em evidências científicas e em décadas de experiência no estudo e acompanhamento de crianças com altas habilidades, o livro oferece orientações práticas, com amplas sugestões e recomendações para nortear o cotidiano das famílias. “Nosso objetivo é oferecer informação de qualidade e estratégias acessíveis para que pais e mães compreendam melhor o fenômeno e saibam como apoiar seus filhos”, explica Denise, professora da Universidade de Brasília (UnB) e ex-presidente do Conselho Mundial para Crianças Superdotadas e Talentosas. As autoras adotam uma abordagem contemporânea, que apresenta a superdotação como um processo em desenvolvimento — resultado da interação entre fatores pessoais, como habilidades acima da média, criatividade, envolvimento com a tarefa, e estímulos do ambiente. Entre os principais desafios enfrentados pelas famílias de crianças superdotadas estão a falta de preparo das escolas e a ausência de políticas efetivas de gestão dos processos de ensino e aprendizagem. De acordo com a autora Cristiana, o problema começa na formação dos profissionais da educação. “O Brasil ainda desconhece a área da superdotação. São raras as universidades que oferecem essa disciplina na graduação em pedagogia ou psicologia.
Immunológica amplia atuação e inaugura unidade no Hospital Santa Joana
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A Immunológica inaugurou sua nova unidade no Hospital Santa Joana, no Derby, ampliando sua presença na rede privada de saúde do Recife e fortalecendo a oferta de serviços especializados em imunização. A chegada ao complexo hospitalar representa um avanço estratégico para a clínica, que passa a atuar diretamente na construção e atualização de protocolos vacinais voltados a diferentes áreas assistenciais, contribuindo para o aumento da cobertura vacinal e para a segurança dos pacientes atendidos no hospital.
Além dos serviços ofertados ao público, a Immunológica assumiu a gestão do status vacinal dos médicos que atuam no Santa Joana, um processo que dialoga com requisitos de acreditação e reforça a importância da imunização entre profissionais de saúde, especialmente em ambientes de alta complexidade. A expansão consolida o trabalho liderado por Leandro Maia Pedrosa e pelos médicos Gustavo Coelho Dantas e Reginaldo Freire, que conduzem uma rede em crescimento e já presente em três endereços: a clínica no Shopping ETC, a unidade localizada na clínica Aldeia, no RioMar Trade Center, e agora a nova sala dentro do Hospital Santa Joana. A empresa também mantém serviço de vacinação domiciliar na Região Metropolitana do Recife.
Com atuação voltada à imunização em todas as faixas etárias, a clínica oferece vacinação infantil e adulta, imunização do viajante, programas corporativos, sorologias e gestão de calendários vacinais. A rede protege, em média, quase mil pessoas por mês, com destaque para famílias, crianças, gestantes, idosos, viajantes e empresas que buscam medidas preventivas para seus colaboradores. Para Leandro Maia, a presença dentro do Hospital Santa Joana fortalece o papel da Immunológica na promoção da saúde preventiva na capital. Segundo ele, a nova unidade facilita o acesso de pacientes e profissionais a um acompanhamento vacinal atualizado e integrado ao ambiente hospitalar, ampliando a segurança assistencial e reforçando a cultura da prevenção.
Em Pauta
Cresce a busca por especialistas em Medicina da Dor
A Medicina da Dor tem ganhado cada vez mais destaque no Brasil, acompanhando um cenário em que a dor crônica atinge parcela significativa da população. Segundo o Ministério da Saúde, aproximadamente 40% dos adultos convivem com algum tipo de dor persistente. Um relatório citado pela Afya estima que mais de 60 milhões de brasileiros enfrentam dor crônica, número que reforça a necessidade de acesso a tratamentos especializados. No Recife, a procura por especialistas tem aumentado, impulsionada por uma abordagem que avalia o paciente de forma integral e combina diferentes estratégias terapêuticas. De acordo com o médico Helio Pinheiro, especialista em dor e acupuntura e diretor da rede Intrador, o aumento do número de pacientes neste ano girou em torno de 17 % em relação ao ano anterior. Ele explica que o diferencial da área está na compreensão de que a dor não se limita a um sintoma físico e exige atenção ampliada. “A dor precisa ser entendida em todas as suas dimensões. Quando avaliamos o paciente de forma integral, conseguimos propor terapias mais assertivas e devolver qualidade de vida”, afirma.
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A atuação do especialista envolve uma avaliação clínica detalhada e a combinação de recursos como medicamentos, terapias físicas, procedimentos minimamente invasivos e técnicas integrativas. Entre elas, a acupuntura e a neuromodulação periférica têm apresentado resultados consistentes no alívio de dores resistentes. Para Helio Pinheiro, o vínculo com o paciente é parte essencial do processo terapêutico. Ele observa que muitos chegam após longos períodos de desconforto, o que torna a escuta qualificada ainda mais necessária. “O tratamento da dor é também o tratamento do paciente. Comunicação clara, empatia e acompanhamento contínuo fazem diferença no resultado”, reforça. A formação em Medicina da Dor segue critérios específicos, com residência médica reconhecida ou aprovação em prova de título por entidades da Associação Médica Brasileira, além de atualizações periódicas. A especialidade avança no país como um campo que integra diferentes áreas da saúde, oferecendo abordagens baseadas em evidências para o manejo da dor crônica.
A Coluna "Saúde e Bem-estar" é atualizada semanalmente no Portal Folha de Pernambuco
Colaboração: jornalista Jademilson Silva
[email protected]
@jademilsonsilva



