Estreia nacional de “Favela em Fluxo”, 1ª exposição itinerante do Museu das Favelas (SP)
Paço do Frevo recebe a Mostra que começa nesta terça-feira e segue até 14 de julho
O Museu das Favelas, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, anuncia “Favela em Fluxo", sua primeira exposição itinerante. A parada inicial da mostra será no Recife, onde ocupará o Paço do Frevo. A exposição será aberta ao público a partir do dia 14 de maio, às 19h, com entrada franca, e segue em cartaz até 14 de julho, com ingresso a R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia), que dá acesso a todo o Paço.
Depois do Recife, “Favela em Fluxo” segue para o Solar Ferrão (Salvador), Museu da Maré (Rio de Janeiro) e, por fim, chega a São Paulo, na própria sede do Museu das Favelas, localizado no Palácio dos Campos Elíseos.
A iniciativa combina experiências artísticas e interativas, convidando o público a uma jornada de trocas culturais e conhecimento sobre o presente para inspirar novas possibilidades de futuros. "Com a exposição ‘Favela em Fluxo’, o Museu das Favelas abre portas para a democratização cultural, impulsionando o reconhecimento e valorização das expressões artísticas das comunidades brasileiras", afirma a secretária da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, Marília Marton.
A mostra evidencia obras de 22 artistas de favela e periféricos, proporcionando uma experiência imersiva. Apresenta também dados importantes sobre as favelas brasileiras e convida os visitantes a compartilharem ideias sobre os futuros das favelas por meio de ferramentas interativas e debates. O público poderá conhecer a produção artística em variados suportes, como esculturas, vídeos, telas, fotografia, ilustrações e pinturas, criadas pelos seguintes artistas: do Recife, Vitória Vatroi, Nomes, Lua Barral, Cigana e Francisco Mesquita; de Salvador, Mila Souza, Uiler Costa Santos, Fernando Queiroz, Zaca Oliveira e Elson Júnior; do Rio de Janeiro, Jade Maria Zimbra, Abarte Junior, Gael Affonso, Wallace Lino e Deize Tigrona; e de São Paulo, Robinho Santana, Janaína Vieira, Mayara Amaral, ABSURDO (Wadjla Tuany), Pétala, Mc Mano Feu e Luiza Fazio.
A curadoria é formada por Aline Bispo, multiartista visual, ilustradora e curadora independente; Leonardo Moraes, pianista, pesquisador, educador e curador em formação; Rebecca França, historiadora, curadora e diretora de arte; e José Eduardo Ferreira Santos, pesquisador e curador do Acervo da Laje.
Rebecca França conta que a exposição evidencia os fazeres culturais das periferias brasileiras. “Quando entendemos a favela como nosso ponto de partida, ela torna-se nosso território de aquilombamento e sapiência. Esse território é guerreiro quando precisa ser um guerreiro; também é o recuo se a luta não é necessária. Isso fundamenta a continuidade de vida. Favela é espaço e tempo para construir infâncias comunitárias, coletivas, brincante. É lugar de resgate dos nossos antecessores, mas também fomento das nossas descendências. Essa exposição trata dessas re(existências), dessas re(apropriações) e de muitas outras”, destaca.
Esta é a primeira itinerância realizada entre equipamentos geridos pelo IDG - Instituto de Desenvolvimento e Gestão, que faz a gestão de centros culturais públicos de grande importância para o país e programas ambientais. Atualmente, é o gestor do Museu do Amanhã e do Museu do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, Museu das Favelas, em São Paulo, e do Paço do Frevo, no Recife.
Para Natália Cunha, diretora do Museu das Favelas, a exposição é uma aliança em prol da transformação social. “Nosso objetivo é desafiar estereótipos e promover o reconhecimento genuíno das potencialidades das favelas, transformando fluxos depreciativos em movimentos de ressignificação e progresso. Juntos, estamos construindo uma nova narrativa, onde o fluxo das favelas se torna a rota primordial para uma cidade mais equitativa e vibrante”, destaca.



