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Aikido - O caminho da harmonização das energias

O primeiro caminho para romper preconceito é conhecer. Artes marciais vai além da defesa pessoal. Permita-se conhecer um pouco mais sobre o assunto, agora com o Aikido.

Sensei Morihei Ueshiba - Fundador do AikidoSensei Morihei Ueshiba - Fundador do Aikido - Foto: Reprodução da Internet

Deixei uma lacuna para temas sugeridos a ser desenvolvidos na coluna Holística até meados de janeiro de 2018, recebi a sugestão (que os leitores podem encaminhar sempre) do Terapeuta Holístico Davi Paes, que somou com a sugestão de Daniela Daher. Ambos deram um suporte inigualável para construção deste artigo, que fez a continuação sobre artes marciais (o tema só retornará a pauta em 2018).

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Foi um excelente trabalho em equipe. Davi indicou o Sensei Henrique Dantas para falar sobre o tema, este contatou colegas e amigos que tinham interesse de colaborar com a coluna. Agradeço carinhosamente a dedicação e o engajamento ao resultado aqui apresentado.

Como escrevi em artigos anteriores, aqui escreverei temas que amo, mas também aprenderei com outros profissionais temas de outras áreas que não são do meu cotidiano. A regra é estar aberta para conhecer e assim fazer as melhores escolhas possíveis no percurso da caminhada da vida.

Todos os profissionais que responderam as questões encaminhadas são Sensei e muito bem recomendados. Mais uma vez agradeço.
Coloco aqui as respostas do Sensei Wilson Tenório da Escola Círculo de Aikido, encaminhadas por Daniela Daher, e depois mantenho na íntegra o artigo escrito pelo Historiador (também Professor e Sensei de Aikido) Joaquim Pixito que organizou as respostas das perguntas que encaminhei.

O que levou a praticar e a estudar o esporte?

Wilson -
No início foi a curiosidade devido a um grande amigo estar praticando o Aikido. Depois percebi que não era apenas uma arte marcial, pois havia muitos detalhes sutis tanto na técnica quanto na filosofia da arte. No contexto técnico fui buscando cada vez mais a precisão e estética dos movimentos denominados Kata, forma em japonês. Quanto à filosofia, ela acaba permeando a sua vida.

Quais os benefícios e resultados foram e são percebidos?
Wilson -
Como tenho formação em educação física, posso afirmar que há ganhos substanciais na prática do Aikido, pois há alongamentos, aquecimento muscular e bastante respiração. Sendo assim um excelente trabalho cardiorrespiratório, importante para ajudar o corpo contra as doenças denominadas crônicas advindas do sedentarismo. Outro ponto importante refere-se a filosofia inerente a arte. O ambiente de treino do Aikido deve ser permeado por amizade e atenção com o próximo, pois não há competição nesta arte. Desta forma, não há vencedores, pois todos treinam e respeitam o ritmo de cada companheiro de treino. A Intergeracionalidade é um fator imprescindível, pois todos podem praticar juntos, independente da idade e gênero. Sendo assim, os aspectos morais de coexistência no Aikido transformam o indivíduo levando essa mudança para o seu convívio além do tatame.

Alguma experiência ou curiosidade vivenciada?

Wilson -
Pessoalmente o que mais me impressiona no Aikido é a idade dos mestres. Em vários seminários internacionais que participei, praticamente, todos foram ministrados por senhores que normalmente tem mais de 60 anos de idade. Existem mestres como o Hiroshi Tada Sensei que se encontra na ativa com 87 anos de idade. Essa era uma das minhas curiosidades iniciais: como podia um senhor de idade ter vigor físico, respiração ideal e movimentos tão harmoniosos naquela idade? Isso me levou a deixar a carreira na área financeira/contábil e partir para a Educação Física no intuito de entender melhor este fenômeno. E hoje transmito o conhecimento obtido em anos de treinamento e estudos acadêmicos a fim de ajudar as pessoas a envelhecerem bem.

“O Aikido no Brasil
- de Joaquim Pixito
O que é o Aikido?

Aikido é uma arte marcial criada no Japão, ainda na primeira metade do século XX, criada por Morihei Ueshiba. Um exímio praticante de vários estilos marciais, em especial do Daito-Ryu Jujutsu, Morihei Ueshiba se dedicou a criar uma arte capaz de vencer o conflito evitando a destruição ou aniquilação do inimigo - como determinava a maioria dos caminhos marciais mais tradicionais - e buscando a contenção e redirecionamento da força de sua agressão.

Morihei Ueshiba acreditava que se harmonizar com o oponente seria o suficiente para encerrar qualquer disputa. Ao término da Segunda Guerra Mundial, sua Escola Ueshiba de Aiki Bujutsu receberia o nome de AIKIDO (Ai: harmonia; Ki: energia; e Do: caminho - O caminho da harmonização das energias).

O Aikido no Brasil

O Aikido foi introduzido no Brasil na década de 60 por Reishin Kawai, faixa preta oitavo grau, que recebera a incumbência, do próprio Morihei Ueshiba, de representar o Aikido e a Aikikai1 no Brasil, cuidando do desenvolvimento desta arte marcial em nosso país e também na América Latina. O professor Reishin Kawai foi responsável, pela abertura do primeiro dojo de Aikido em São Paulo, em 1963; pela fundação da Federação Paulista de Aikido e da União Sulamericana de Aikido. Kawai sensei (como era conhecido em todo o país) foi responsável pela formação de boa parte dos primeiros praticantes de Aikido do Brasil e da grande maioria dos professores de Aikido da atualidade. Formando instrutores de Aikido na Academia Central de São Paulo, situada no Jardim Bonfiglioli-SP/Capital, os enviava para desenvolver o Aikido por todo o país. Foi o caso dos professores Herbert Pizano e Valdecir Fornazier.

Conversamos um pouco com estes professores para saber mais tanto das suas experiências com o Aikido quanto da missão que receberam para dar continuidade ao seu desenvolvimento no Brasil:

Herbert Pizano
pratica Aikido há mais de 45 anos, começou seus treinos com Kawai sensei em 1975 e foi seu uchi deshi (aluno interno). É faixa-preta 6º Grau, o atual presidente da União Sulamericana de Aikido e da Federação Cearense de Aikido.

Valdecir Fornazier
pratica Aikido há 25 anos, também foi uchi deshi de Kawai sensei e atualmente é coordenador do Instituto Fornazier de Aikido (com 5 academias filiadas e em torno de 100 praticantes) e da Academia Central em Blumenau-SC.

O que levou a praticar e estudar o esporte?

Herbert:
Conheci o Aikido quando, convidado por um amigo, participei de uma aula que inaugurava uma nova Academia que passaria a funcionar na cidade de Santos, vizinha à de São Vicente, onde então residia. À época eu praticava Judô e Karatê, e me encantei com a sensação de leveza e soltura em meu corpo após a prática. Decidi pesquisar mais e conhecer melhor esta Arte tão diferente de tudo que eu conhecia. Foi então que Kawai Sensei veio a Santos fazer uma demonstração inaugural, e imediatamente eu compreendi que havia realmente encontrado o que buscava: um Caminho, e um Mestre.

Valdecir:
Porque eu queria praticar uma arte marcial e o Aikido foi a arte que eu mais me identifiquei.

Quais os benefícios e resultados foram e são percebidos?

Herbert:
O desenvolvimento da disciplina e da coragem no obedecer, exigidos por Kawai Sensei de um discípulo. O nível dessas qualidades cobradas por Kawai sensei seriam um teste mesmo para os padrões dos samurais japoneses, quanto mais para ocidentais acostumados a questionamentos e dúvidas, e julgamentos de valores baseados em perdas e ganhos.

Valdecir:
Mantém a boa saúde, melhora a qualidade de vida e traz autoconfiança em relação à vida.

Alguma experiência ou curiosidade vivenciada?

Herbert:
Vivi como uchi-deshi(aprendiz) de Kawai Sensei seis anos, dedicando-me exclusivamente ao Aikido e ao aprendizado de Medicina Oriental, com ele que é uma das maiores autoridades mundiais no assunto, e com sua esposa, Dona Letícia Okubo Kawai, que para mim foi uma segunda mãe. Foi durante esse tempo, que pude compreender o enorme cabedal de ensinamentos e tradições que meu Mestre representa, e perceber porque tão poucas pessoas puderam compreender isso, mesmo os praticantes de Aikido no Brasil.

Cheguei a Fortaleza em 1991, e, graças ao Kawai Sensei, desde então já recebemos inúmeros Mestres e Professores da Sede Mundial (Aikikai Hombu Dojo, Tóquio, Japão). Em 1995 fui convidado por ele, para ser o primeiro brasileiro a me hospedar e treinar no Hombu Dojo, como uchi-deshi. Esta é uma enorme honraria, e muito rara; no Brasil é concedida apenas aos seus discípulos.

Valdecir:
Em todos esses anos de prática nunca foi necessário utilizar o Aikido como defesa pessoal.

O Aikido no Nordeste

A primeira academia no Nordeste filiada à União Sul-americana de Aikido foi aberta em Fortaleza, em 1991, por Herbert Pizano, a pedido do introdutor da arte no país, Kawai shihan. Herbert sensei, desde que se mudou para Fortaleza, formou e continua formando diversos faixas pretas (dentre os quais estão os primeiros a alcançar o 3º grau da faixa preta no Nordeste). Realiza seminários técnicos por todo o país, orientando diversos grupos em diferentes estados, como Amazonas, Santa Catarina e Bahia, por exemplo. Sua presença foi fundamental para o desenvolvimento e fortalecimento do Aikido no Nordeste, principalmente em Pernambuco, onde teve forte influência na formação dos instrutores que representam a União Sulamericana no Estado.

Hoje podemos ver, por todo o Nordeste, numa nova geração de praticantes de Aikido, o fruto do trabalho desenvolvido por Herbert sensei e por outros instrutores, que assim como ele, receberam de Kawai sensei a incumbência de desenvolver o Aikido na região. Conversamos com dois dos principais instrutores da União Sulamericana no Nordeste, Henrique Dantas e Daniel Muritiba.

Henrique Dantas
representa a União Sulamericana de Aikido em Pernambuco, é faixa preta 4º grau e iniciou seus treinos no Ano de 2000, em Recife. Esteve por duas vezes (2012 e 2014) treinando por 30 dias no Aikikai Hombu Dojo em Tóquio - Japão. É o atual Presidente da Federação Pernambucana de Aikido e diretor técnico das associações filiadas e da Academia Central de Aikido do Recife.

Daniel Muritiba
representa a União Sulamericana de Aikido na Bahia, é faixa preta 3º grau e iniciou seus treinos em 1997, em Salvador. É o presidente do Aikido Bahia e instrutor chefe da Academia Central de Aikido do Estado.

O que levou a praticar e a estudar a modalidade?

Daniel:
Em 1996 eu conheci o Aikido. Na época, já era faixa preta de Karatê. Lembro que o meu primeiro contato foi quando assisti, em um canal fechado, uma apresentação de um sensei francês em um evento internacional. Fiquei impressionado com a leveza das técnicas do Aikido, ao mesmo tempo, que sentia força e potência nos golpes. Como morava no interior da Bahia, em Alagoinhas, não tive acesso ao esporte até ir para Salvador, em 97. No mesmo dia da mudança já procurei uma academia de Aikido e me matriculei.

Henrique:
Praticava Judô num projeto do Núcleo de Educação da UFPE. Por problemas particulares, o professor teve que encerrar as suas atividades por lá. Pouco tempo depois, uma colega do colégio colocou um cartaz com informações sobre a prática de Aikido. Esse cartaz trazia uma imagem do fundador que me cativou. Fiquei muito curioso sobre a modalidade, tanto pelo nome, quanto pelo que a imagem me passava. Como não queria deixar de praticar uma arte marcial e ainda não havia ocupado o tempo que dedicava ao Judô por outra atividade, decidi que iria treinar Aikido. Fui me envolvendo cada vez mais com a prática e desenvolvendo uma relação de compromisso com meus colegas de treino e com o Aikido. Por esse compromisso passei a estudar muito os conceitos, as ideias e a filosofia do Aikido, me dedicando ao máximo possível.

Quais os benefícios e resultados foram e são percebidos?

Daniel:
Hoje percebo o mundo de forma diferente. A prática do Aikido muda sua forma de agir com o outro e com os problemas cotidianos. Também percebi um relaxamento maior no corpo, mas sem perder a força, o que é muito interessante.

Henrique:
O Aikido me deixou mais calmo e paciente. Tem me ajudado a desenvolver virtudes das quais preciso muito: organização e disciplina. Também me ajudou a ver a sociedade e o mundo de outra forma. O ideal de harmonia e paz, promovido pelo Aikido me ajudou a pensar mais nos outros e a ser mais empático.

Alguma experiência ou curiosidade vivenciada?

Daniel:
Em 1999 fui pela primeira vez treinar na Academia Central de Aikido em São Paulo. No primeiro dia, tive o primeiro contato com Kawai Sensei no tatame. Ele convidava cada aluno para aplicar o Jiu Wasa (técnicas livres). Lembro-me de ter ficado apreensivo. Quando chegou minha vez, eu o cumprimentei e fiz kamae (posição de guarda). Foi então que Kawai Sensei, sem nunca ter me visto antes na vida, mas só de ver o meu kamae, comentou:
Kawai Sensei: Oçê, Karatê Tori, né?
Eu confirmei.
Kawai Sensei: Então, Oçê, tsuki faz, faz favor.
Eu pensei: ‘Como ele sabe que eu faço karatê também?’ E fui com muita energia e apliquei o golpe pedido, que era um soco frontal.
Kawai Sensei se esquivou, pegou minha mão e aplicou uma projeção que eu fui cair do outro lado do tatame.
Nunca esquecerei esse dia.

Divulgar uma arte que não tem competição e não prega a violência para resolução de conflitos, em tempos de tanta disputa e uma crescente preocupação com a integridade física, visto o aumento da violência no país, é realmente um desafio gigantesco. Há 2 anos, conseguimos alugar um espaço próprio para treinos regulares de aikido. Em outubro de 2015, surge a Academia Central de Aikido – Salvador, onde temos a liberdade para treinar e divulgar o Aikido iniciado por Kawai Sensei. Hoje contamos com um grupo com alunos nas mais diversas graduações e com uma unidade em Seabra, cidade da Chapada Diamantina. Além do Projeto PAS (Projeto Aikido Social), onde abrimos as portas para as crianças e adolescentes carentes do bairro Mouraria, em Salvador, praticarem o aikido gratuitamente.

Henrique:
Em uma das visitas que fiz para treinar com Kawai sensei na Academia Central de São Paulo presenciei uma cena que surpreendeu e que com certeza vou recordar para sempre: durante o Jiu Waza (prática livre de técnicas) um praticante foi correndo na direção do Kawai sensei para atacá-lo. O ataque foi recebido de forma suave e Kawai sensei, redirecionando a energia do agressor, o retirou do chão e o arremessou na direção contrária ao ataque. Nessa hora tive certeza de que, ao praticar Aikido e tentando entendê-lo, estava trilhando um ótimo caminho.

Finalizamos, com a mensagem do Sensei Morihei Ueshiba (1883-1969) “O Aikido não é uma técnica para lutar contra um inimigo ou derrotá-lo. É uma maneira de conciliar as diferenças que existem no mundo e fazer dos seres humanos uma família. Significa que o segredo do Aikido é a busca da harmonia com o Universo, é tornar-nos unos com o Universo. Seus praticantes devem buscar esse entendimento por meio de treinamento diário.”
Milhões de beijos iluminados,

PROFISSIONAIS QUE CONTRIBUÍRAM COM O ARTIGO
(mais uma vez agradeço):

Bahia-BA


Daniel Muritiba-
Largo da Palma, o1, Moraria - Salvador-BA. Contato: (71) 99222.5353 - Site: www.aikidobahia.com.br e www.academiacentraldeaikido.com.br.

Blumenau - SC


Valdecir Fornazier -
Rua José Boiteux, 94 - Blumenau-SC. Contato: (47) 99612 2178 - E-mail: [email protected]. Site: www.aikidosc.com.br.

Fortaleza - CE


Herbert Pizano
- E-mail: [email protected] e Site: http://www.aikidoceara.org.br

Recife-PE

Henrique Dantas
- Núcleo de Educação Física da UFPE - Campus Universitário - Recife-PE - Contato: (81) 99874.8012 - E-mail: [email protected] e www.facebook.com/henrique.dantas.10

Wilson Tenório - Escola Círculo de Aikido
- E-mail: [email protected] - Site oficial: www.circulodeaikido.com.br
1. Boa Viagem -
R. Jack Ayres, 176, Boa Viagem, Recife-PE - (Responsáveis técnicos: Mário Morato e Paulo Gurgel) - Contato: (81) 3328.7754 ou (81) 99232.5027.
2. Madalena -
Av. Caxangá, 116, Madalena, Recife-PE - (Responsável técnico: Wilson Tenório) - Contato: (81) 9676.7341, (81) 3077.3552 ou (81) 3445.4186.
3. Várzea -
Rua Dr. Corrêa da Silva, 267, Várzea, Recife-PE - Contato: (81) 9676.7341.
4. Vitória de Santo Antão-PE

Márcio Shinozaki
- Rua Melo Verçosa, 514, Vitória de Santo Antão-PE (Responsável técnico: Márcio Shinozaki) - Contato: (81) 8894.0314 ou (81) 99766.9597.

Para mais informações sobre o Aikido, academias filiadas e locais de treino em todo o Brasil:www.aikidokawai.com.br.


REFERÊNCIAS:

http://aikidorecife.blogspot.com.br/

www.aikidokawai.com.br/pt/que-e-aikido.html

www.aikidoceara.org.br/Home/Historico/Herbert-Sensei


* Mariomar Teixeira
é formada em Secretariado na UFPE com mestrado em Extensão Rural e Desenvolvimento Local na UFRPE. Filha, esposa e mãe. Ama ler, estudar, tricotar e cozinhar. Dedica-se aos estudos de metafísica desde 1980, principalmente Numerologia. Em 1993, além de assumir um concurso público federal, também o trabalho como numeróloga é reconhecido. Colunista da Folha de Pernambuco de 1998 a 2005, coluna Numerologia. No mesmo período foi colunista da Revista Club com as colunas: Holística e Lançamento de livros. Professora e Consultora de Feng Shui desde 1997. Palestrante das Tintas Iquine sobre Feng Shui e Cores de 2000/2006, 2014/2015. Atualmente é palestrante das Tintas Coral.

* A Folha de Pernambuco não se responsabiliza pelo conteúdo das colunas.

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