Bandas infantis apostam na sanfona para o período junino
Grupos musicais Fadas Magrinhas e A Bandinha fazem repertório que vai de sucessos de Gonzagão a faixas autorais
Quando as fogueiras começam a se acender e o forró a tocar, o pernambucano sabe que o São João chegou e é hora de celebrar. Por isso, com o objetivo de resgatar o que há de melhor na tradição junina, os grupos musicais infantis a Bandinha e as Fadas Magrinhas fazem shows no Recife para colocar as crianças em ritmos de arraial.
Logo neste domingo (11) a Bandinha realizará o show especial de São João “Nosso Arraial” no Shopping Recife, a partir das 17h. Na lista de canções, uma mistura que vai do cancioneiro popular com “Sambalelê”, “Pai Francisco” e “O Cravo e a Rosa”, passando por Luiz Gonzaga com “São João do Carneirinho” e “Carneirinho”, Dominguinhos com “Isso aqui tá bom demais”, até “Festa do Interior”, de Moraes Moreira e Abel Silva.
“A nossa ideia foi fazer o repertório animado que apresente ícones do ritmo que embalam o São João, junto com as cantigas e canções do cancioneiro popular”, explicou Vanessa Oliveira, uma das vozes da Bandinha.
Já a fada e percussionista Lulu Araújo, das Fadas Magrinhas, pretende encantar o público com o seu repertório de São João no dia 17, no Shopping RioMar, às 17h, com show gratuito. A apresentação contará com "São João na Roça” e “Pagode Russo”, de Luiz Gonzaga.
De autorais, faixas como “Adivinhação”, “Só Eu Sou Eu” e “Crianças”. Além de outros sucessos entre o público infantil, como “Pomar”, da Palavra Cantada. “A seleção musical em qualquer projeto da banda parte sempre de dentro para fora, ou seja, o que faz sentido pra mim, o que marcou minha infância e as novidades do cenário musical infantil”, explicou a percussionista.
O projeto também investiu no som da sanfona como diferencial em suas músicas. “Ao colocar uma sanfona, nós estamos levando às crianças as referências sonoras dessa época. É importante que eles percebam estas diferenças sonoras”, explica Lulu. “Particularmente, São João sem sanfona não é São João”, completa.
Assim como no projeto Fadas Magrinhas, Vanessa explica que a formação da Bandinha é principalmente cultura popular e este seria o fator principal de terem organizado uma apresentação para as crianças voltada para a festividade.
“O São João é um desses berços de cultura popular. Além do entretenimento, o intuito é apresentar (para as crianças) o forró, o coco, as cantigas, as rimas e brincadeiras das comemorações juninas”, completou.
O grupo se inspira no universo circense e nas trupes mambembes de teatro, e por isso usa recursos cênicos como adereços, figurinos, cenários e iluminação coloridos em suas performances. “A gente se diverte. Tentamos fazer com que seja um momento de integração entre as crianças e a família. E tem dado certo. O projeto vem crescendo, pedindo espaço nas nossas carreiras", explicou Vanessa.
Lado lúdico
A Bandinha surgiu em 2012 e é um projeto musical lúdico para crianças. O grupo se inspira no universo circense, nas trupes mambembes de teatro e na tradição popular brasileira. “De inicio chamávamos a “Bandinha” por falta de um outro nome. Era uma forma carinhosa de chamar a banda que faria música para crianças. Até que surgiu o convite para a primeira apresentação oficial no Festival de Circo do Brasil. E de lá para cá, só felicidade!”, conta Vanessa Oliveira.
A artista também explicou que a escolha pelo público infantil não foi aleatória, “Na época em que começamos A Bandinha percebíamos que existia essa lacuna a ser preenchida: faltava “ao vivo” direcionando à criança. Falando especificamente da cena do Recife”. “Criança não mente nem finge gostar, se ela está assistindo é porque estamos no caminho certo”, completou o baterista Lucas Araújo.
O grupo composto por Thiago Hoover (guitarra e vocais), Peu Lima (baixo e vocais), Lucas Araújo (bateria e vocais), além de Vanessa Oliveira (voz e bagunças), está se preparando para lança o seu novo CD ainda este ano. “Será o nosso disco esse ano em comemoração aos cinco anos de banda. No nosso show, adiantamos duas composições: “Advinha quem eu sou” e “Vamos dançar quadrilha””, afirmou Vanessa.
Serviço:
A Bandinha apresenta o show "Nosso Arraial"
11/06, às 17h
Terraço de eventos do Shopping Recife (Boa Viagem)
R$10
Das salas para o palco
O projeto Fadas Magrinhas surgiu há sete anos quando as irmãs Aninha e Lulu Araújo decidiram criar um grupo musical que tivesse elementos locais e das comemorações folclóricas de todo o Estado. “Fui professora de música durante 10 anos e, em sala de aula, comecei a sentir necessidade de apresentar um pouco da nossa cultura e dos nossos ritmos. Como não encontrava material acessível, comecei a gravar coisas em casa e levar para as aulas”, conta Lulu.
Segundo a percussionista, a resposta das crianças era muito boa e ela logo chamou a irmã para começarem o projeto. “Eu via que levar à cultura pernambucana para elas (as crianças), não só funcionava muito bem, como gerava nelas curiosidades a respeito da nossa identidade cultural e da nossa diversidade”, explicou.
Atualmente, Aninha está passando uma temporada em Portugal e, por isso, Lulu assumiu a liderança do grupo e o vocal. O grupo trabalha com instrumentos de percussão, como alfaias, pandeiros, caracaxás, dentre outros. “Percebo que quando toco, as crianças ficam encantadas. Por isso costumo brincar que na verdade a varinha de condão sãos as baquetas”, conta Lulu.
As irmãs vêm conquistando o público e um bom exemplo é a “Música Fadas Magrinhas”, composta por Adriano Salhab, que já possui um clipe com mais de 50 mil visualizações na internet.
Junto com os músicos Hugo Linns (no baixo), Publius (no bandolim e guitarra) e Ricardo Fraga (na bateria), as irmãs levaram os sons e ritmos para o mundo, com o cuidado de envolver o público infantil, sem subestimar a inteligência das crianças e deixando uma semente de cultura por onde estiveram.
Serviço:
Show "Arraialzinho das Fadas Magrinhas"
17/06, às 17h
Shopping RioMar (Pina)
Entrada gratuita

