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CINEMA

"Cazuza: Boas Novas" estreia nos cinemas brasileiros celebrando a força criativa do artista

Documentário foca em período em que o cantor e compositor enfrentava a AIDS e produzia intensamente

"Cazuza: Boas Novas" estreia, nesta quinta (17), nos cinemas"Cazuza: Boas Novas" estreia, nesta quinta (17), nos cinemas - Foto: Miriam Prado/Divulgação

No mês em que se completam 35 anos da morte de Cazuza, as salas de cinema do Brasil ganham uma inédita produção cinematográfica sobre o artista.

Estreia, nesta quinta (17), “Cazuza: Boas Novas”, documentário que aborda a vida do cantor e compositor, no período entre os anos de 1987 e 1989, que marcaram uma intensa produção em sua trajetória artística.

“Cazuza: Boas Novas” é uma produção da 5e60 Filmes, viabilizada através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), e tem direção e roteiro de Nilo Romero, que foi amigo, parceiro e músico de Cazuza, e é co-dirigido por Roberto Moret. 

O longa-metragem traz imagens inéditas de arquivo, bastidores de shows, além de depoimentos de artistas e personalidades que conviveram com Agenor de Miranda Araújo Neto, o Cazuza, em um período de auge de sua produção artística e consolidação do seu legado.

O poeta está vivo
Era segunda metade dos anos 1980 e um mal, ainda muito novo e cercado de mistério e desconhecimento, assombrava a humanidade: o vírus HIV, causador da AIDS, ganhava projeção global, se espalhando mundo afora. E naquela roleta russa inglória, Cazuza fora infectado. 

Cazuza chegou a ir a Boston, nos Estados Unidos, em busca de tratamento. Voltou ao Brasil sem nenhum avanço no seu quadro de saúde. Mas, apesar da sentença de morte certa que isso significava à época, ele praticamente se recusou a aceitar a finitude, e esse foi um período de intensa produção do artista. 

Foi nessa época que Cazuza lançou três álbuns – “Só se for a dois” (1987), “Ideologia” (1988) e “O Tempo Não Para” (1989) –, realizou mais de 40 apresentações da turnê deste último disco e foi bastante premiado. “Cazuza: Boas Novas” abrange justamente esse período.

Diagnosticado com o vírus em 1987, Cazuza só viria a revelar publicamente sua condição de soropositivo em 1989.

À amizade do poeta
Ao longo de 1h31min, “Cazuza: Boas Novas” revisita as memórias que cercam o artista Cazuza, sua pujante personalidade criativa, assim como o rapaz Agenor – ou “Caju”, como também era chamado pelos mais íntimos – e suas histórias e relações pessoais.

Além das imagens de arquivo, de apresentações em shows, bastidores, etc., os depoimentos de quem esteve próximo e conviveu com Cazuza vão alinhavando a sua história no documentário. 

Falam ao filme parceiros, como Frejat, ex-companheiro de Barão Vermelho, ou como o próprio Nilo Romero, que foi diretor musical do último espetáculo de Cazuza, “O Tempo Não Para”, em depoimento emocionado.

Também falam ao longa artistas como Gilberto Gil, amigo dos pais de Cazuza e cuja amizade se estendeu também ao filho – e, também, parceiro de Cazuza na canção “Um Trem para as Estrelas” –, e Ney Matogrosso, dos mais notórios amores do artista e também diretor geral de “O Tempo Não Para”.

Maior guardiã do acervo, da obra e memória de Cazuza, sua mãe, Lucinha Araújo, também fala ao longa.

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