Seg, 15 de Dezembro

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Literatura

Coleção Travessia propaga a cultura de paz através da ficção para crianças

Coletânea reúne quatro livros sobre cultura da paz para as crianças e foi organizada pela escritora Joana Cavalcanti

Joana Cavalcanti, organizadora da coleçãoJoana Cavalcanti, organizadora da coleção - Foto: Divulgação

A luta contra a violência é uma questão da própria sobrevivência do homem. Ela pode ser feita através da propagação da cultura de paz, proposta pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1999, com o objetivo de levantar as discussões em torno do diálogo, consciência de diversidade e da tolerância. Esta é a proposta da Coleção Travessias lançada pela Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) na sexta-feira passada, em uma transmissão ao vivo pelo canal da instituição nas redes sociais. A coletânea, que reúne quatro livros sobre a cultura da paz para as crianças, foi organizada pela escritora, editora e professora Joana Cavalcanti.


A coleção é composta pelos títulos “Travessia para se ensinar a ler o mundo em prol de uma cultura de paz”, organizado por Joana Cavalcanti, e que inclui, também, os textos de Sandro Cozza Sayão e de Maria Ferreira; “Tudo tem cor”, de Sandro Cozza Sayão; “Olha o mundo”, de Luana Freire; e “Os sapatos de Amarati”, da própria Joana Cavalcanti. Eles abordam os direitos humanos a partir da ficção, com textos ilustrados pelo designer gráfico e ilustrador Maurízio Manzo.


Os escritos nasceram a partir de um acordo de Acordo de Cooperação Técnica Internacional, firmado entre o Brasil e Cabo Verde, na África. Ele foi acordado entre a Agência Brasileira de Cooperação, Fundaj, Biblioteca Nacional de Cabo Verde, Embaixada do Brasil em Cabo Verde e o Ministério da Cultura do país africano. “Fiz imersão no contexto. Mergulhei na realidade de Cabo Verde junto com outros especialistas. A principal carência da Biblioteca Nacional do País apontava para a questão da formação de Leitores”, explica Joana, que percebeu a necessidade de salientar questões humanitárias. “Percebemos que existia, também, muito abandono escolar e violência doméstica, além de outras questões relacionadas aos direitos humanos." 


As temáticas foram sendo desenvolvidas através de sugestões das crianças e professores. Durante a segunda passagem pelo país, Joana já havia escrito “Os Sapatos de Amarati” e obteve um êxito em seu retorno. “Foi impactante. Lembro de um rapaz muito calado e sério. Este rapaz, após escutar a história dos 'Sapatos de Amarati' pediu a palavra. Se emocionou e chorou. Depois, disse-nos: ‘Esta história é minha’. Foi ali, como autora, mas também especialista em leitura, literatura e educação, que percebeu a importância que a Coleção poderia ter”, enfatiza a autora. Na Travessias, há ainda mais dois livros literários que abordam exclusão, diferença, exclusão e preconceito, com foco no público infantil. 


Ilustrações


Por se tratar do universo infantil, costurar a ficção com ilustrações é essencial. Na coleção, elas foram feitas pelo ilustrador por Maurízio Manzo. “Quando eu recebi o convite, fiquei um pouco assustado pelo volume, mas também muito honrado pela importância do trabalho, de uma coleção tão valiosa. Fiquei responsável pela capa e pelas ilustrações dos livros. Foi uma honra ter participado com essas pessoas e ter contribuído com a cultura da paz”, explica o ilustrador. “Esse trabalho da Fundaj é muito bonito, porque esses livros estão indo para lá (Cabo Verde). Essa transformação também está ligada nas escolas e nas instituições de direitos humanos que estão envolvidas com a divulgação do trabalho”, frisa Maurizio.

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