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LUTO

Luto no reggae: as 10 canções inesquecíveis de Jimmy Cliff

Ícone jamaicano faleceu nesta segunda, e sua esposa anunciou a despedida emocionada; relembramos os principais sucessos que marcaram sua carreira.

Morre Jimmy Cliff, ícone do reggae, aos 81 anos Morre Jimmy Cliff, ícone do reggae, aos 81 anos  - Foto: Divulgação

A família do cantor e compositor JimmyCliff, uma das vozes mais influentes da história do reggae, comunicou nesta segunda-feira (24) o falecimento do artista. Segundo a sua esposa, Latifa, Cliff sofreu uma convulsão seguida de pneumonia. Ela agradeceu o apoio dos fãs e pediu privacidade neste momento difícil, prometendo que mais detalhes serão divulgados posteriormente.

Entre as músicas mais emblemáticas de JimmyCliff, destaca-se “Many Rivers to Cross” (1969), uma balada carregada de sentimento, na qual o artista expressa as dificuldades para se firmar no cenário musical ao chegar ao Reino Unido. A composição, presente no álbum de estreia Jimmy Cliff, reflete uma jornada interior de espera, lágrimas, perseverança e orgulho.

Outra canção de impacto é “You Can Get It If You Really Want” (1970), escrita por Cliff, que se tornou um hino de motivação e determinação. A versão de Cliff aparece no filme The Harder They Come (1972), cujo elenco inclui o próprio cantor — e a versão de Desmond Dekker chegou ao número 2 das paradas britânicas.

 

No terreno da resistência social, “Vietnam” (1969) é uma canção de protesto poderosa, presente no álbum Jimmy Cliff. Com tom de carta, aborda tragédias humanas da guerra do Vietnã e foi considerada por Bob Dylan como um de seus protestos musicais preferidos.

Já “Reggae Night”, lançada em 1983 no álbum The Power and the Glory, mistura reggae e pop com uma batida dançante. Apesar de Cliff não tê-la escrito — os compositores foram Amir Bayyan e La Toya Jackson —, a música se tornou um sucesso global, com reconhecimento dentro e fora do universo reggae.

Em uma vertente mais reflexiva, “Sufferin’ in the Land” retrata a dor e o sofrimento social. Lançada por Cliff em 1970, integra o álbum Jimmy Cliff e foi produzida por Leslie Kong. A letra denuncia desigualdades e retrata as dificuldades dos marginalizados.

A união e a esperança também marcaram a obra de Cliff. “We All Are One” (1983) reflete essa mensagem de fraternidade; embora não seja tão conhecida quanto alguns de seus grandes hits, faz parte de sua coletânea de valores humanos.

Outra faixa importante é “Rebel In Me” (1989), que surge como um grito de resistência individual — a rebelião interna diante das adversidades. Essa música, embora posterior às décadas mais associadas ao início de sua carreira, mostra a evolução artística de Cliff e seu compromisso com temas de identidade e autonomia.

“Now and Forever”, lançada em 1985, traz a suavidade de laços afetivos duradouros e a promessa de continuidade, evocando a ideia de amor incondicional que resiste ao tempo. É uma amostra da versatilidade de Cliff, capaz de alternar entre lutas sociais e histórias íntimas.

De volta a tonalidades meditativas, “Sitting in Limbo”, presente no icônico álbum-soundtrack The Harder They Come, traduz a espera existencial: "sitting here in limbo, like a bird without a song". A imagem transmite o momento delicado em que se vive à espera de mudanças, mas com fé na própria jornada.

Por fim, “The Harder They Come” (1972), seu maior clássico e faixa-título do filme que o imortalizou, reforça o impacto cultural e musical de sua carreira. Sua partida representa uma perda imensa para a música, mas seu legado seguirá vivo.

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