Um ano produtivo, mas pessoalmente difícil para Johnny Hooker
Cantor - que se apresenta, neste domingo (31), no Reveião da Golarrolê,- faz uma análise do que foi o ano de 2017 e fala sobre a mensagem do seu mais recente clipe 'Flutua'
Faz aproximadamente oito anos que John Donovan virou Johnny Hooker. Depois de ganhar o Prêmio da Música Brasileira como melhor cantor, em 2015, e de participações em novelas e curta-metragens como ator, entre 2009 e 2014, ainda parece surreal para o leonino que ele consiga atingir tanta gente. "Eu fico meio sem crer, até hoje. É muito louco que tenha acontecido isso, é muito louco que meu trabalho tenha esse alcance", manifesta.
Entre tapas e beijos - o músico parece adorar se envolver em polêmicas, alfinetando como deseja em seu perfil no Twitter -, o público pernambucano sempre recebe o cantor de braços abertos. Foi o caso do seu show mais recente, no Parque Dona Lindu, em que compareceram cerca de 30 mil pessoas.
A situação se assemelha a do seu próximo show, no Reveião promovido pelo Golarrolê neste domingo (31), às 22h30, no Catamarã e Vapor 48, em que volta a se apresentar pelo segundo ano consecutivo justamente por causa de pedidos do público (que no ano passado o ovacionou). “É um convite a renascer. Nada melhor do que estar em casa renascendo o ano com minha galera no coração do Recife”, convoca o cantor.
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Ao virar o ano em cima dos palcos, fazendo o que mais gosta, a festa acaba dando margem para a renovação das energias com a chegada de um ano completamente novo. Renovação bem querida: Johnny considera que o ano foi de provação, não só para ele. “Eu espero que esse ano me faça lembrar que eu sobrevivo, que eu sou mais resiliente e mais resistente do que eu imagino”, projeta.
“Acho que sentimento geral é que houve um teste e, daí, a gente tira essa lição de que é muito mais resistente que imagina”, reforça o cantor, que sempre faz questão de passar essa mensagem em suas músicas.
"Nossa, esse ano foi um ano de muita provação. Eu senti forças tentando me parar, externas e internas, energias ruins. Mas, ao mesmo tempo, esse ano foi incrível. Eu terminei a turnê de ‘Eu Vou Fazer Uma Macumba Pra Te Amarrar, Maldito!’, meu disco anterior, e gravei ‘Coração’, meu disco novo. Lancei em Recife e depois todos os shows pelo País foram sold out [esgotados]. Fiz o Rock in Rio, aquele momento que foi especialíssimo [quando beijou a cantora Liniker após show com ela e Almério, no Palco Sunset]. Estou muito feliz com a repercussão do clipe de ‘Flutua’”, recorda o cantor. “Foi um ano bem cheio, mas pessoalmente bem difícil”.
Que o ano de 2018 comece como 2017 termina: com o refrão de “Flutua”, single e clipe lançados por Hooker, em parceria com Liniker nas últimas semanas, ecoando pelas ruas brasileiras. "Ninguém vai poder / Querer nos dizer como amar", cantam. A música e o vídeo oficial (quase um curta-metragem, com 7 minutos de duração), inclusive, trazem uma mensagem de aceitação ao relatar um romance entre dois homens deficientes auditivos.
“Eu estou impressionado com a emoção das pessoas com o trabalho, porque esse ano foi especialmente difícil nesse setor, em relação aos direitos humanos, ao fascismo - que parece crescer com esses robôs de Internet que ficam replicando as coisas, fazendo parecer que o ódio é muito maior do que ele realmente é. Apesar de a gente ser, de fato, um país conservador, eu acho que resumiu muita coisa acabar o ano com essa mensagem”, pondera Johnny.
“É combativo, sobre resistência, sobre acreditar de novo nas coisas, no amor. O silêncio ao fundo quando um membro do casal apanha por ser gay diz muito sobre esse momento. Acho que ele reverberou coisas profundas dentro das pessoas a respeito de se afirmar, se empoderar e seguir em frente. Sobre começar de novo - que é sempre difícil, mas é o que nos resta”.
Serviço
Reveião
Neste domingo (31), às 22h30
Catamarã e Vapor 48 (Cais das Cinco Pontas, São José)
Ingressos: R$ 210 através do Sympla e nos pontos físicos Haus (Galeria Joana D'Arc, Pina), loja Avesso (Av Rui Barbosa, Graças) e Redley (Shopping Recife)

