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Banco Central detalha manutenção da Selic em 15% em ata do Copom

No comunicado, o colegiado considerou a estabilidade dos juros por período bastante prolongado como estratégia adequada para levar inflação à meta de 3,0%

Banco Central do BrasilBanco Central do Brasil - Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

O Banco Central detalha nesta terça-feira, na ata do Comitê de Política Monetária (Copom), a decisão de manter a taxa Selic em 15% ao ano pela quarta vez consecutiva. A tendência é que o BC aprofunde sua avaliação sobre o cenário econômico, mas mantenha a estratégia de não dar muitas pistas sobre os próximos passos na condução dos juros.

No Boletim Focus, a maioria dos participantes aguarda que a primeira redução da Selic ocorra na segunda reunião do ano, em março, para 14,50%, mas uma parcela relevante do mercado ainda aposta em corte em janeiro.

O BC manteve um tom duro no comunicado da semana passada, embora tenha admitido algumas notícias melhores do ponto de vista de inflação e atividade e reduzido a projeção para a inflação no horizonte relevante - prazo com o qual trabalha para alcançar 3,0%, que atualmente é o segundo trimestre de 2027. A estimativa caiu de 3,3% para 3,2%, considerando um início da queda da Selic em março, terminando o ano que vem em 12,25%.

"O Comitê avalia que a estratégia em curso, de manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado, é adequada para assegurar a convergência da inflação à meta. O Comitê enfatiza que seguirá vigilante, que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que, como usual, não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado", disse o BC, na semana passada.

O colegiado afirmou que a moderação do crescimento econômico prosseguiu nos últimos meses, mas que o mercado de trabalho segue resiliente. Em relação ao IPCA - índice oficial de inflação -, o Copom disse que houve algum arrefecimento, mas ainda acima da meta.

O Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre subiu 0,1%, mas a taxa de desemprego renovou mínimas nos três meses encerrados em outubro, para 5,4%. O IPCA, por sua vez, voltou ao intervalo da meta após mais de um ano, em 4,46%. A banda varia de 1,5% a 4,5%.

A informação mais importante para calibrar as apostas para a queda da Selic deve ser divulgada na quinta-feira, no Relatório de Política Monetária (RPM): a projeção para o IPCA no terceiro trimestre de 2027. Isso porque esse será o horizonte relevante no encontro de Copom de janeiro. Se estiver bastante próximo de 3,0%, pode ser um indicativo de que o início da queda pode acontecer em janeiro. No último RPM, a projeção era de 3,3%.

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