Brasil tem superávit de US$ 2,99 bilhões na balança comercial em setembro, mas saldo cai 41%
Em meio ao tarifaço dos EUA, exportações brasileiras para o país caem, enquanto vendas para a China avançam
O Brasil vendeu mais do que comprou do exterior em setembro de 2025, fechando o mês com um superávit comercial de US$ 2,99 bilhões, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Isso significa que o país exportou mais do que importou — mas o saldo foi 41% menor do que no mesmo mês do ano passado.
As exportações somaram US$ 30,5 bilhões, aumento de 7,2% em relação a setembro de 2024. Já as importações cresceram 17,7%, totalizando US$ 27,5 bilhões.
Como as compras do exterior cresceram mais do que as vendas, o resultado final foi um superávit menor.
De janeiro a setembro, o país acumula saldo positivo de US$ 45,5 bilhões, uma queda de 22,5% em comparação com o mesmo período de 2024.
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O que o Brasil mais exportou
As vendas para fora do país foram puxadas principalmente pelo agronegócio e pela mineração. Os destaques foram:
Soja, com aumento de 20%;
Milho, com alta de 22%;
Café, com avanço de 11%;
Petróleo bruto, que cresceu 17%;
Carne bovina, com salto de mais de 50%.
A indústria também teve um leve crescimento nas exportações, com alta de 2,5%.
O que o Brasil mais importou
As compras do exterior aumentaram principalmente no setor industrial. O país importou mais máquinas, equipamentos e plataformas de petróleo. A importação de embarcações cresceu de forma expressiva, e também houve aumento nas compras de soja e milho.
Principais parceiros comerciais
A China continua sendo o principal parceiro do Brasil. Em setembro, o país asiático comprou 15% mais produtos brasileiros e vendeu também mais para o Brasil. O saldo comercial com a China foi positivo em US$ 2,3 bilhões.
Com os Estados Unidos, o Brasil teve déficit de US$ 1,77 bilhão — ou seja, comprou mais do que vendeu. Em relação a setembro de 2024, as exportações brasileiras para os EUA caíram 20,3%, enquanto as importações cresceram 14,3%. Na comparação com agosto de 2025, houve nova piora: as vendas diminuíram 4,3% e as compras aumentaram 6,8%, ampliando o saldo negativo.
Já com a União Europeia, as exportações cresceram levemente, mas o saldo ficou negativo em US$ 350 milhões.

