Brasileira Dengo abre primeira loja internacional de chocolates em Paris
Estão no radar da empresa ainda investir nos mercados da Ásia, Estados Unidos e Oriente Médio
Em plena Páscoa, a marca brasileira de chocolates Dengo deu início ao seu plano de internacionalização, que prevê a abertura de três lojas na França este ano. A primeira foi inaugurada sábado no bairro boêmio de Montmartre, em Paris. Estão no radar ainda Ásia, Estados Unidos e Oriente Médio.
O espaço está em uma região cheia de pâtisseries e frequentada por turistas em busca do charme da velha Paris, já que o bairro abrigou artistas como Picasso e Modigliani. São cerca de 70 metros quadrados onde, além das barras de chocolate com sabores como tapioca, biju e banana, são servidos cafés com grãos de solo brasileiro.
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Estevan Sartoreli, CEO da Dengo, diz que, por ora, os produtos vendidos na loja parisiense são produzidos no Brasil. Após a fase de testes, a empresa pretende ter manufatura parcial ou total francesa, podendo até acrescentar outros sabores aos chocolates quebra-quebra — as barras vendidas por peso. E os produtos que levarem ingredientes franceses podem fazer o caminho inverso e vir para o Brasil.
— Futuramente, pode haver troca e usarmos as frutas locais para enriquecer o cacau brasileiro e trazer para cá. A grande pergunta é saber qual o fruto do Brasil mais vai agradar em Paris. Nas primeiras avaliações, a banana tem sido muito bem aceita, mas ainda é muito cedo para qualquer conclusão — diz Sartoreli.
Para entrar no mercado estrangeiro, a empresa faz parceria com um sócio local, o francês Charles Znaty. Ele comanda a Dengo Europa, uma subsidiária da Dengo Chocolates S.A.
— O Charles nos procurou em 2019, quando veio ao Brasil e conheceu a marca. Acredito que o preço justo e o compromisso com práticas sociais são elementos que atraíram os franceses — afirma Sartoreli, lembrando que a Dengo é adepta do bean-to-bar, que assegura a procedência ética e sustentável do cacau.
Na França, os chocolates da Dengo vão concorrer com produtos premium locais. Segundo Sartoreli, Paris foi escolhida para sediar a primeira (e a próxima) loja por ser uma vitrine.
— É um público exigente, e as marcas que têm êxito aqui ganham creditação internacional. Isso é importante no mercado, além de ter combinado com um parceiro local. Abrir uma segunda loja próximo é bom para a acompanhar a operação inicial.
A Dengo — ou Dengô, na pronúncia dos franceses — foi fundada em 2017 e tem Guilherme Leal, cofundador da Natura, como principal acionista.
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No Brasil, são 33 lojas e o plano de expansão está focado em chegar às principais capitais. Sartoreli reforça que o principal mercado é o brasileiro. Com a expansão fora e dentro do Brasil, a expectativa é que a produção de chocolate cresça 20% em 2023.
— Temos estudos (para Estados Unidos, Ásia e Oriente Médio). Acreditamos que a marca tem oportunidade de representar o Brasil pelo modelo e pelo pioneirismo de misturar sabores inusitados.

