China sai em defesa do Brasil após tarifaço e diz que país sofre "interferência externa abusiva"
Apoio foi dado em conversa telefônica entre o chanceler da China e o assessor internacional de Lula
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O governo chinês saiu em defesa do Brasil, nesta quarta-feira, dia em que entrou em vigor o tarifaço de Trump. Em conversa telefônica com o assessor para assuntos internacionais do Palácio do Planalto, Celso Amorim, o chanceler da China, Wang Yi, disse que seu país se opõe à "interferência externa irracional", segundo uma nota do Ministério das Relações Exteriores da China.
Wang Yi declarou que a China apoia "firmemente" o Brasil na defesa de sua soberania e dignidade nacionais e se opõe à "interferência externa injustificada nos assuntos internos do Brasil". Sem citar os Estados Unidos, ou o presidente americano, Donald Trump, Wang afirmou que Pequim também torce pelo brasileiros na resistência à prática intimidatória do que chamou de "tarifas abusivas".
"Usar tarifas como arma para reprimir outros países viola a Carta da ONU e mina as regras da OMC (Organização Mundial do Comércio). É impopular e insustentável. Como os maiores países em desenvolvimento dos Hemisférios Oriental e Ocidental, China e Brasil sempre se apoiaram mutuamente e cooperaram estreitamente, salvaguardando firmemente seus respectivos interesses legítimos e os interesses comuns dos países do Sul Global", diz o comunicado.
Mais da metade dos produtos brasileiros exportados para os EUA passou a ser taxada em 50% a partir de hoje. O Brasil tenta abrir uma negociação com a Casa Branca, mas ainda não obteve resposta.

