Sex, 05 de Dezembro

Logo Folha de Pernambuco
tarifaço

Com ameaça tarifária de Trump contra o Brasil, suco de laranja já está mais caro lá fora

Produto da agroindústria brasileira atinge maior nível de preço internacional em quatro meses com a sobretaxa de 50% a partir de 1º de agosto prometida pelo presidente americano

Laranja - contrato mais ativo subiu até 8,7%, para US$ 3,1385 por libra-peso, o maior nível intradiário desde 6 de marçoLaranja - contrato mais ativo subiu até 8,7%, para US$ 3,1385 por libra-peso, o maior nível intradiário desde 6 de março - Foto: Freepik

Os contratos futuros de suco de laranja subiram para o maior nível em quatro meses em Nova York diante das crescentes preocupações de que a ameaça do presidente Donald Trump de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros restrinja o fornecimento aos EUA.

O contrato mais ativo subiu até 8,7%, para US$ 3,1385 por libra-peso, o maior nível intradiário desde 6 de março.

Os futuros do suco vêm se valorizando desde a semana passada, quando Trump anunciou tarifas previstas para entrarem em vigor em agosto e que podem desestabilizar o comércio de commodities que vão do café à carne bovina.

O Brasil é o principal fornecedor de suco de laranja para os EUA, com importações para consumo no ano passado se aproximando de US$ 1 bilhão em valor, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA. Os embarques vindos do México, o segundo maior fornecedor, correspondem a cerca de um terço do volume brasileiro.

A ameaça de interrupção no fornecimento surge num momento em que os EUA têm se tornado cada vez mais dependentes das importações brasileiras, diante da queda na produção na Flórida, segundo Craig Elliott, analista de mercado da Expana.

— Embora o impacto da tarifa de importação ainda seja incerto, a quantidade de comércio de suco de laranja potencialmente afetada é significativa — disse Elliott. — Isso pode enfraquecer ainda mais a competitividade do Brasil em um ambiente de mercado já desafiador.

O Brasil pode pedir aos EUA a redução da tarifa de 50% para 30% e discutir possíveis cotas de exportação para café e laranjas, informou a CNN Brasil nesta segunda-feira. O Brasil é o maior produtor mundial de café arábica, e os futuros do grão premium subiram até 4,4% nesta segunda-feira, no maior movimento intradiário desde o fim de abril.

— A imposição das tarifas impactaria severamente os embarques de café brasileiro para os EUA, elevando os preços nos EUA e deixando café excedente no mercado mundial — escreveu o analista da ADM Investor Services, Mark Bowman, em nota nesta segunda. Ele acrescentou que as tarifas também aumentariam a demanda pelo café já estocado nos armazéns registrados em bolsa nos EUA, elevando os preços futuros.

Veja também

Newsletter