Sex, 05 de Dezembro

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Efeito Trump: "Este é um ótimo momento para reforçar o papel global do euro", diz chefe do FMI

Kristalina Georgieva acrescentou que no momento se enfrenta uma limitação na oferta de ativos seguros e de qualidade, mas vê espaço para a moeda única europeia se destacar

Diretora-gerente do FMI, Kristalina GeorgievaDiretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva - Foto: Jim Watson / AFP

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, vê uma oportunidade para fortalecer o papel mais amplo do euro.

— Há uma grande oportunidade para o euro desempenhar um papel maior globalmente — disse ela a repórteres em Luxemburgo nesta quinta-feira. — Quando se observa a busca por ativos seguros e de qualidade, neste momento se enfrenta uma limitação na oferta desses ativos.

Seus comentários estão alinhados com declarações de autoridades como a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, que têm incentivado a Europa a aproveitar o momento e transformar os ataques do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao comércio global e às instituições dos EUA em uma vantagem para o bloco.

Na quarta-feira, o presidente do banco central da China saiu em defesa de um sistema financeiro global que dependa de várias moedas, não apenas do dólar.

Georgieva reconheceu que os investidores em potencial no euro ainda enfrentam obstáculos como a fragmentação regulatória, a ausência de um “mercado de capitais profundo”, um mercado interno incompleto e o alto custo da energia, mas acrescentou que “esses são obstáculos que a Europa pode remover.”

Segundo afirmou, ''uma economia europeia dinâmica e integrada, onde existam mais oportunidades de investir em ações e em empresas inovadoras'', atrairia fluxos para a moeda única europeia.

— Com a UE caminhando para um nível mais elevado de gastos em defesa e em direção à integração de seu sistema energético, isso oferece uma oportunidade concreta para o crescimento de ativos denominados em euro — disse Georgieva, que é búlgara e está no comando do FMI desde o fim de 2019.

— Onde quer que eu vá, há um forte interesse dos investidores na Europa — ressaltou.

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