Sáb, 06 de Dezembro

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TARIFAS

EUA: Trump cita "grande déficit" com UE e questão das drogas no México

Os argumentos vêm sendo usados pelo governo americano na nova rodada de tarifas aplicadas aos países

Presidente dos Estados Unidos, Donald TrumpPresidente dos Estados Unidos, Donald Trump - Foto: Saul Loeb / AFP

As cartas enviadas aos líderes de México e União Europeia informando a imposição de tarifas de 30%, a partir de agosto, citam a longa relação dos parceiros com os Estados Unidos e destacam motivos distintos para embasar a aplicação das taxas adicionais. Para os europeus, o embasamento usado é o "longo e persistente déficit" comercial com os EUA. Já para o México, o argumento é a ineficácia do país em lidar com os cartéis de drogas.

"Concluímos que devemos nos afastar desses déficits comerciais de longo prazo, grandes e persistentes, gerados por políticas tarifárias e não tarifárias e as barreiras comerciais. Nosso relacionamento tem sido, infelizmente, longe de ser recíproco", afirma o documento enviado à União Europeia, divulgado no sábado de manhã, pelas redes sociais.

Em seu perfil, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a citar, na carta para o México, a questão das drogas. O documento lembra que as tarifas foram inicialmente aplicadas contra o país para lidar com a crise do fentanil nos EUA.

"O México tem nos ajudado a proteger a fronteira, mas o que foi feito não é suficiente. O México ainda não conseguiu deter os cartéis que estão tentando transformar toda a América do Norte em um playground do narcotráfico", afirma o documento.

Os argumentos vêm sendo usados pelo governo americano na nova rodada de tarifas aplicadas aos países. Ao enviar carta comunicando a taxa de 50% ao Brasil, nesta semana, a gestão Trump também citou um déficit na balança, embora os Estados Unidos registrem superávit com o Brasil.

Já a justificativa das drogas também foi utilizada na aplicação da tarifa de 35% aplicada ao Canadá, na quinta-feira. No documento enviado ao primeiro ministro Mark Carney, Trump afirmou que a medida era embasada "pelo fracasso do Canadá em impedir a entrada de drogas em nosso país" e que a nação vizinha, em vez de trabalhar com os EUA, retaliou com suas próprias tarifas.
 

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