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Varejo

Faturamento do varejo alimentar cresce 5,8% no primeiro semestre, apesar da queda no volume de venda

Setor foi impulsionado pelo aumento nos preços médios dos alimentos, segundo estudo Radar Scanntech

Foto: Divulgação

O varejo alimentar encerrou o primeiro semestre de 2025 com alta de 5,8% no faturamento, resultado atribuído ao aumento de 7,3% no preço médio por unidade. É o que aponta o estudo Radar Scanntech, divulgado na última semana. No mesmo período, o volume de produtos vendidos caiu 1,4%, acompanhado de uma redução de 0,4% no fluxo de consumidores.

De acordo com Leandro Rosadas, especialista em gestão de supermercados, o resultado positivo no faturamento, mesmo diante da retração nas vendas, se deve à elevação de preços em categorias específicas.

“É importante destacar que o crescimento do faturamento foi impulsionado pela elevação dos preços médios por unidade, principalmente entre os itens de mercearia básica, que tiveram o aumento de 12,3%. Os alimentos perecíveis também têm uma parcela importante nesse movimento, registrando uma elevação de 7,4%. Vale lembrar que os produtos sazonais, que possuem um valor mais alto e que podem impulsionar o aumento das vendas, vêm passando por uma queda por conta do clima”, afirma.

Entre os itens com maior retração em volume, a pesquisa aponta sorvete (-23,6%), polpa de fruta (-16,2%) e iogurte (-7%). As baixas temperaturas, especialmente em junho, influenciaram esse desempenho. O setor de bebidas também apresentou queda, com retração de 5,3% no segundo trimestre, a maior da série histórica. Cerveja (-16,1%), suco (-16,3%) e bebida vegetal (-41,1%) lideraram as quedas em volume.

Rosadas destaca o impacto do clima e do comportamento de consumo.

“Somente em junho, o setor de varejo alimentar teve uma queda de vendas de 4,3%, um número expressivo e que reflete principalmente sobre o consumo das famílias. O movimento pode ser um reflexo do alto endividamento entre famílias. Apesar do baixo desemprego e do aumento de trabalhos informais, muitos brasileiros só possuem renda para comprar itens básicos, como o arroz e o feijão, deixando os itens supérfluos, que possuem um valor mais elevado, de lado”, analisa.

Dados do Índice do Varejo Stone (IVS) também indicam recuo no grupo de Hipermercados, Supermercados, Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo, com queda de 3,4% no acumulado do ano. Os maiores recuos foram registrados no Rio Grande do Sul (-14%), Amazonas (-7%), Mato Grosso do Sul (-6,5%) e Rio Grande do Norte (-6,1%).
 

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