Ter, 09 de Dezembro

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NEGÓCIOS

Grupo Natura registra queda de 27% na Bolsa

A contração dos números representa uma perda de R$ 5,4 bilhões em valor de mercado para a companhia

Foto: Divulgação

Os resultados do quarto trimestre das ações do Grupo Natura pegaram investidores de surpresa na última quinta-feira (13). As ações do setor de varejo e comércio decaíram em 27,51%, alcançando a menor taxa desde janeiro de 2023. De acordo com a companhia, fatores como o aumento de gastos com marketing e tecnologia e a hiperinflação argentina motivaram o decréscimo.

Outro ponto relevante foi o consumo de caixa da empresa no quarto trimestre de 2024, quando foi registrado a utilização de R$ 41 milhões. Já ao incluir o financiamento obtido junto a fornecedores, a dívida líquida da Natura atingiu aproximadamente R$ 3 bilhões, com um índice dívida líquida/Ebitda em torno de 2 vezes (ou 1,5x, excluindo o financiamento de fornecedores). 

Esse cenário limita a capacidade de realizar pagamentos adicionais de dividendos, uma vez que a meta de estrutura de capital da companhia é de 1,5 vez), de acordo com análise do JPMorgan. 

Ainda segundo a avaliação, mesmo após um recente período de desempenho positivo, a queda registrada no mercado deve impactar o desempenho das ações, que tendem a operar abaixo das expectativas, pressionando o preço do ativo. Atualmente, as ações estão sendo negociadas a múltiplos de 12 vezes e 11 vezes o Preço/Lucro ajustado para os anos de 2025 e 2026, respectivamente. Apesar desse cenário, o JPMorgan manteve sua recomendação de compra para as ações da Natura, com um preço-alvo de R$ 21.

Futuro

Já aos olho do BBI, os números negativos foram consequências dos ajustes de R$ 843 milhões no nível do Ebitda, principalmente devido ao processo do Chapter 11 (recuperação judicial nos EUA) da Avon Internacional (API) e aos investimentos da Onda 2 (de integração das operações).

Em relação às perspectivas futuras, o BBI também destaca a necessidade de maior clareza sobre dois pontos-chave: a evolução da lucratividade em 2025, considerando que a possível manutenção de margens brutas mais baixas e o aumento das despesas operacionais, incluindo os custos associados à transformação da Onda 2, podem levar a ajustes significativos nas projeções de curto prazo; e avanços na resolução dos desafios enfrentados pela Avon Internacional, com foco especial no cronograma e nas estratégias para superar esses obstáculos.

 

 

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