Haddad aponta uso de sites de apostas para 'lavar dinheiro' e diz ser preciso fechar brechas
De acordo com o ministro, o crime não deixa de usar brechas e isso preocupa o governo
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (3) que o governo identificou o uso de plataformas de apostas online por organizações criminosas para lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio.
Segundo ele, o setor apresenta riscos crescentes tanto para a economia quanto para as famílias, o que exige o fechamento de lacunas regulatórias e o avanço das ações de fiscalização.
"Nossos maiores problemas, o crime que usa a plataforma de jogos para lavar dinheiro, nós sabemos disso e isso vai ter desdobramentos muito rapidamente como vocês tem acompanhado no noticiário", disse o ministro.
"O crime organizado não deixa de utilizar nenhuma brecha, como é o caso de algumas fintechs e bets que acabam servindo de veículo para lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio, então isso nos preocupa muito".
Leia também
• Relator de projeto Antifacção prevê fundo com imposto sobre bets para combate ao crime organizado
• CAE do Senado aprova aumento da tributação de fintechs, bets e JCP; projeto vai à Câmara
O ministro também destacou que as irregularidades envolvendo apostas levaram à deflagração de três grandes operações policiais, que agora têm caráter transnacional. Haddad disse que o tema foi tratado no telefonema entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente dos EUA Donald Trump.
"Já recebi notícia da embaixada dos EUA querendo acesso aos documentos que estão sendo traduzidos para o inglês, para que essa ação seja efetivada", afirmou.
Regulação da publicidade e papel do SUS
Haddad defendeu a necessidade de o Congresso avançar na regulação da publicidade das casas de apostas, comparando o setor ao histórico de restrições adotadas para bebidas alcoólicas e cigarros.
"Queremos que, assim como no caso da bebida e do cigarro, você tenha efetivamente os alertas necessários. Isso é um entretenimento e tem que ser uma coisa leve, mas a linha que separa entretenimento da dependência é muito tênue. Temos que atuar preventivamente", afirmou.

