Sex, 05 de Dezembro

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Haddad diz que Tarcísio está sendo "ingênuo" ao achar que ligação Lula-Trump é solução para tarifaço

Tarcísio havia dito que encontros entre autoridades dos dois países não bastariam e que um diálogo direto entre Lula e Trump faria "a diferença" no impasse

Fernando Haddad, ministro da Fazenda, também revelou que uma reunião que teria nesta quarta-feira com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, foi cancelado na última semanaFernando Haddad, ministro da Fazenda, também revelou que uma reunião que teria nesta quarta-feira com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, foi cancelado na última semana - Foto: Diogo Zacarias/MF

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, está sendo "um pouco ingênuo" ao acreditar que um telefonema entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos Donald Trump, resolveria o impasse gerado pelo aumento da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.

— A declaração do governador é, no mínimo, um pouco ingênua. Talvez uma pessoa que ainda não tenha traquejo nas Relações Internacionais. Não é assim que as coisas funcionam — disse Haddad em entrevista à Globo News.

Tarcísio havia dito que encontros entre autoridades dos dois países não bastariam e que um diálogo direto entre Lula e Trump faria "a diferença" no impasse.

Haddad, no entanto, argumentou que o cenário é mais delicado, especialmente porque ministros brasileiros têm encontrado dificuldades até para estabelecer reuniões formais com representantes do governo norte-americano.

— Quando você, três ministros, Itamaraty, Fazenda e Desenvolvimento, não estão conseguindo sequer sentar à mesa para dialogar, quando você encontra esse tipo de resistência em função da atuação de pseudo brasileiros em Washington, eu penso que o governador está sendo um pouco ingênuo de imaginar que esse telefone é a chave. Mas não é — afirmou.

O ministro também revelou que uma reunião que teria nesta quarta-feira com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, foi cancelado na última semana.

Segundo ele, "forças de extrema direita" que atuam nos Estados Unidos pressionaram assessores da Casa Branca para que o encontro fosse desmarcado.

Para Haddad, o episódio reforça que o tema comercial não está no topo das prioridades de Washington no momento. Ainda assim, ele afirmou que o Brasil buscará alternativas, inclusive acionando a Organização Mundial do Comércio (OMC), e seguirá trabalhando para ampliar mercados e apoiar exportadores.

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