Ter, 16 de Dezembro

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Justiça

Inspeção recente apontou problemas de alimentação e higiene em presídio onde Vorcaro foi transferido

Centro de detenção em Guarulhos, onde banqueiro chegou nesta segunda-feira, possui oito pavilhões

Alimentos do CDP II de Guarulhos Alimentos do CDP II de Guarulhos  - Foto: Reprodução/ Relatório Defensoria Pública

Daniel Vorcaro, fundador do banco Master, foi transferido nesta segunda-feira (24) da superintendência da Polícia Federal em São Paulo para o Centro de Detenção Provisória II de Guarulhos, localizado na região metropolitana da capital paulista.

Em inspeção em junho, a Defensoria Pública identificou problemas de higiene no local e relatos de alimentos estragados.

Como mostrou O Globo, os outros sete alvos da operação que prendeu Vorcaro também foram transferidos. Parte foi para o presídio da Papuda, em Brasília, e outros seguiram também para o CDP de Guarulhos.

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A unidade em questão tem capacidade para 841 presos, segundo dados da Secretaria de Administração Penitenciária. A ala para detentos comuns tem capacidade para 553 detentos, sendo que 458 estavam custodiados no endereço no dia 19 de novembro.

Outra parte do presídio é destinada para os devedores de pensão alimentícia e esta superlotada, com 288 vagas e 333 encarcerados.

Relatório de inspeção da Defensoria Pública de São Paulo de junho deste ano mostra a situação da estrutura da penitenciária. O local conta com oito pavilhões. Cada pavilhão tem oito celas, com capacidade para 12 presos. Eles se dividem da seguinte forma, segundo o relatório:

Pavilhão 1: destinado a ex-integrantes de forças de segurança

Pavilhão 2: destinado a presos midiáticos e formados em Direito

Pavilhão 3: destinado a familiares de integrantes de forças de segurança

Pavilhão 4: destinado a autores de feminicídio que tenham se destacado na mídia

Pavilhões 5 a 7: destinado a presos civis, sendo que havia, respectivamente

Pavilhão 8: tratado como espécie de "seguro comum", para presos que não estão vinculados ao PCC, a chamada "oposição"

A unidade conta ainda com outros espaços, como a área de inclusão, destinada a presos recém chegados, com três celas, com capacidade para 27 pessoas cada, a área disciplinar, de trabalho e para presos em trânsito.

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O cardápio da unidade segue um padrão em que o café da manhã, servido às 6h, conta com leite, café, margarina e pão. No almoço, às 11h, e jantar, às 16h, são servidos arroz, feijão, uma porção de legume ou vegetal, uma proteína, e uma fruta. Um lanche noturno também é ofertado, sendo bolacha ou pão.

Detentos relataram para a Defensoria que no local são servidos alimentos azedos, "especialmente o feijão e o leite. Raramente são servidos salada e suco e, a quantidade, no geral, não é suficiente". O banho de sol na unidade ocorre diariamente das 9h às 11h e das 13h às 16h.

Na ocasião, os custodiados narraram também problemas com os produtos de higiene, e uma falta de sabonetes, além de infestações de ratos e percevejos.

Os presos da unidade devem seguir o padrão de corte de cabelo e barba exigido pelo regimento interno da Secretaria de Administração Penitenciária, o que inclui a raspagem no pente número dois nas laterais da cabeça e número quatro na parte superior. Barba e bigode devem ser raspados.

O Globo pediu um posicionamento à Secretaria de Administração Penitenciária sobre a situação do presídio de Guarulhos, mas ainda não teve retorno. O espaço está aberto à manifestação.

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