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Economia

Livraria Cultura em recuperação judicial

Pedido foi apresentado ao Tribunal de Justiça de São Paulo e está avaliado em R$?285 milhões

Livraria Cultura fechou unidade do Paço AlfândegaLivraria Cultura fechou unidade do Paço Alfândega - Foto: Arthur de Souza/Folha de Pernambuco

O fechamento de dezenas de lojas ao redor do Brasil, inclusive a do Bairro do Recife, não foi suficiente para amenizar os efeitos da crise econômica na Livraria Cultura. Por isso, a empresa entrou em recuperação judicial. O pedido foi apresentado nesta semana à 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Tribunal de Justiça de São Paulo e está avaliado em R$ 285 milhões.

Em nota, a Livraria Cultura afirmou que a recuperação judicial visa manter a saúde financeira e os empregos criados pela empresa em todo o País. “Com essa medida visamos normalizar, em curto espaço de tempo, compromissos firmados com nossos fornecedores, preservando a saúde da empresa criada por Eva Herz em 1947, a manutenção de empregos e gerando mais estímulo para crescer”, afirmou a Livraria Cultura, depois de admitir que várias outras medidas de ajuste financeiro já vinham sendo desenvolvidas dentro da empresa, mas sem sucesso.

“A Livraria Cultura iniciou, há três meses, um duro programa de ajustes: eliminamos lojas de baixo resultado; redimensionamos o quadro de funcionários; cortamos despesas de toda ordem; fizemos uma revisão profunda do planejamento de curto e médio prazos”, lembrou a empresa, que chegou a fechar toda a rede Fnac, além de lojas próprias em todo o País. Em Pernambuco, a Cultura fechou a loja do Recife Antigo em julho deste ano e já revelou aos funcionários que ainda mantém na capital pernambucana, na loja do Shopping RioMar, as dificuldades financeiras que enfrenta.

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“As incertezas do cenário econômico brasileiro e, dentro dela, a crise do mercado editorial, que encolheu 40% desde 2014, fez com que a Livraria Cultura passasse a enfrentar dificuldades também. Infelizmente, após quatro anos de recessão, o cenário geral no País não apresenta sinais claros de melhoria”, argumentou a empresa. Decisão assinada pelo juiz Paulo Furtado de Oliveira após o recebimento do pedido de recuperação judicial na Justiça de São Paulo confirma o grande endividamento da Cultura.

No documento, a livraria alega que os recebíveis de cartão de crédito e débito representam 70% do seu faturamento total de vendas, mas estão sendo retidos pelos bancos por conta de débitos anteriores. “Cerca de 94% de seu endividamento bancário tem origem em operações de mútuo que foram total ou parcialmente garantidas por cessões fiduciárias de recebíveis oriundos das vendas por cartões de crédito e débito”, diz a decisão.

Mesmo assim, a Cultura quer focar no comércio virtual, que utiliza sobretudo meios eletrônicos de pagamento como os cartões, quando se recuperar da crise atual. E a empresa acredita que, com tudo isso, está mais "preparada para enfrentar os desafios do varejo na era do e-commerce". "Queremos atuar de forma agressiva nos canais digitais e, ao mesmo tempo, iremos manter poucas, mas ótimas lojas físicas pelo país”, revelou, sem dizer, no entanto, quais lojas serão mantidas.

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