Livro "A Arte da Política Econômica", sobre a experiência na gestão pública, lança nesta segunda
Uma reunião de relatos de 30 economistas que contam como avançaram na estabilização da moeda com o Plano Real, nas crises, nas reformas microeconômicas e o que ainda falta fazer
Com a reunião de relatos de 30 gestores públicos, o livro “A Arte da política econômica” vai ser lançado nesta segunda-feira (26), numa noite de autógrafos na Livraria Travessa, no Shopping Leblon, com a presença de boa parte dos autores dos artigos. Editado pelo pesquisador José Augusto C. Fernandes, com base no podcast de mesmo nome do Instituto de Estudos de Política Econômica/Casa das Garças, o livro traz entrevistas de nomes como Persio Arida, Gustavo Franco, Mailson da Nóbrega, Arminio Fraga, Maria Silvia Bastos Marques, Marcos Lisboa, Ilan Goldfajn e Ana Paula Vescovi.
O livro editado pelo selo História Real da Intrínseca traz análises desde o tempo da redemocratização e como a técnica sem a política não chega ao resultado desejado. O economista Edmar Bacha, um dos idealizadores e atual diretor da Casa das Garças, diz, no prefácio, que “é preciso saber unir a técnica à política. Entender os meandros do poder e avaliar os limites do possível. Assumir liderança, mas principalmente negociar. Persuadir sem impor”.
Segundo Fernandes descreve na introdução do livro, “os entrevistados exploram, aqui, a relação entre economia e politica, o papel das restrições institucionais, as relações de poder e a importância da expertise”.
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Nesse momento em que o governo negocia com o Congresso duas propostas de gestão do estado, o novo arcabouço fiscal e a reforma tributária, a experiência dos gestores mostra que a persistência é fundamental para levar adiante as reformas, que “sofrem resistências, os custos aparecem antes dos benefícios e a evolução institucional nem sempre acontece em linha reta”, diz Fernandes na sua introdução.
O posfácio é do ex-ministro da Fazenda Pedro Malan, que alerta para o Brasil “envelhecer antes de superar a armadilha da renda média”, diante das mudanças demográficas. A experiência na gestão pública foi longa e decisiva. Negociou a dívida externa entre 1991 e 1993, foi presidente do Banco Central e ministro da Fazenda de Fernando Henrique Cardoso em seus dois mandatos.
“A esperança no Brasil de agora é de que possamos continuar avançando em termos de maior maturidade política-institucional e de elevação do nível do debate público, tornando-o mais informado e menos ideológico e mais voltado para busca das convergências possíveis”.
Os Autores
Amaury Bier, Ana Carla Abrão, Ana Paula Vescovi, Armínio Fraga, Bernard Appy, Claudia Costin, Cristiane Schmidt, Edmar Bacha, Eduardo Guardia, Eduardo Guimarães, Elena Landau, Gustavo Franco, Gustavo Loyola, Ilan Goldfajn, Joana Monteiro, José Márcio Camargo, Juliano Assunção, Maílson da Nóbrega, Marcílio Marques Moreira, Marcos Lisboa, Maria Silvia Bastos Marques, Murilo Portugal, Paulo Hartung, Paulo Tafner, Pedro Parente, Persio Arida, Ricardo Paes e Barros, Sandra Rios e Sérgio Werlang. Prefácio de Edmar Bacha, apresentação de José Augusto Fernandes e posfácio de Pedro Malan.

