Sem comitê de crise, cortes na geração renovável empurram o Nordeste ao limite
As notícias negativas não param de chegar. Em outubro, 14 das 15 usinas solares mais impactadas pelos cortes na geração de energia estavam no NE
Sem um comitê de crise para enfrentar a “sobra de energia” e organizar o ressarcimento das perdas, os cortes na geração renovável vêm empurrando o Nordeste ao limite. O alerta é compartilhado por especialistas, como Donato Filho, da Volts Robotics, e por governadores da região, que cobram respostas mais rápidas do governo federal e do Congresso para evitar a desorganização de um setor que levou décadas para se consolidar.
E as notícias negativas não param de chegar. Como mostrou o portal Movimento Econômico na última segunda-feira (24), em outubro, 14 das 15 usinas solares mais impactadas pelos cortes na geração de energia estavam na região e foram alvo de restrições impostas pelo Operador Nacional do Sistema (ONS). A medida, que visa equilibrar a produção com a capacidade de escoamento e o horário de consumo, tem resultado em quedas de até 60% na geração prevista.
Esse movimento afeta diretamente a sustentabilidade financeira das empresas e de toda a cadeia produtiva regional. Entre janeiro e outubro deste ano, as perdas já somam cerca de R$ 5,4 bilhões, com impacto mais forte sobre quem atua no mercado livre e precisa comprar energia para honrar contratos, mas também sobre fabricantes de equipamentos, prestadores de serviços e fornecedores locais.
O governador do Piauí e presidente do Consórcio Nordeste, Rafael Fonteles (PT), propôs que o Congresso Nacional assegure às usinas eólicas e solares o mesmo tratamento de indenização já concedido às hidrelétricas. Ele argumenta que, se o corte não é provocado pela usina, mas determinado por razões de segurança do sistema, deve haver um regramento claro para indenizar os empreendedores, sob pena de desestimular novos investimentos em energia limpa na região.
Para controlar o excedente de energia renovável produzido no país, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou, no último dia 18, um plano do ONS com foco nas usinas do tipo III, como pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e usinas a biomassa conectadas às redes das distribuidoras. Pelas novas regras, o ONS poderá acionar cortes de geração quando houver risco à segurança operativa, comunicando as distribuidoras com antecedência de dois a sete dias. O plano emergencial atingirá distribuidoras com maior capacidade instalada de usinas Tipo III – entre elas Neoenergia PE, Coelba, CPFL Paulista e outras concessões relevantes – que concentram cerca de 80% dessa geração.
Mas o fato gerador do problema – o crescimento acelerado da micro e minigeração distribuída e dos parques eólicos e solares, sobretudo no Nordeste – segue sem contenção estrutural. A expectativa do setor elétrico é que a Medida Provisória 1.304, que pode ser aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente Lula, estabeleça regras claras de ressarcimento pelos cortes de geração e reduza a insegurança regulatória para os investimentos em energia renovável na região.
Rotas em expansão
Pernambuco deve encerrar 2025 com 40 frequências internacionais semanais, um salto em relação às nove registradas em 2023. O avanço recoloca o estado como referência no tráfego aéreo da América Latina, superando Bahia e Ceará. O reforço da malha inclui novos destinos como Madri e Buenos Aires. Em entrevista ao podcast do Movimento Econômico, o presidente da Empetur, Eduardo Loyo, disse que o crescimento é sustentado por uma política de promoção técnica e agressiva, com presença em feiras e rodadas de negócios.
Encontro de gigantes
O Jantar do Ano que o Experience Club promove nesta terça-feira (25), no Armazém Blu’nelle, reunirá Marcelo Noronha (Bradesco), Alexandre Baldy (BYD Auto Brasil) e Augusto Martins (JHSF) num debate moderado por Eduardo Gouveia.
Negócios em pauta
O LIDE Finanças promove no dia 27 um encontro sobre fusões e aquisições (M&A) como estratégia de expansão empresarial. O advisor e conselheiro Roberto Valverde trará insights sobre consolidação de negócios e perspectivas do mercado. A programação será dividida entre café da manhã e almoço, no Executive Lounge do Atlante Plaza.

