Dom, 28 de Dezembro

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Economia

Mulheres ocupam cada vez mais cargos de liderança

De acordo com o Ministério da Economia, dos 2,6 milhões de empregos em cargos de chefia as mulheres somavam 43,8% do total

Dora LinharesDora Linhares - Foto: Daniela Nader

A cada dia é mais comum ver as mulheres atuando em posições de lideranças e cargos de chefia. É que a participação da mulher em cargos de gestão cresce a cada ano. De acordo com o Ministério da Economia, dos 2,6 milhões de empregos em cargos de chefia registrados na Relação Anual de Informações Sociais (Rais) em 2017, as mulheres somavam 1.143.821 vínculos empregatícios, 43,8% do total.

Muitas pessoas começam de baixo e conseguem ir galgando novos caminhos e subindo na empresa. Foi assim que aconteceu com Taciana Medeiros. Ela entrou na Gol Linhas Aéreas, como estagiária e hoje trabalha como chefe de cabine da companhia aérea. “Trabalhava com aqueles coletes de ‘conte comigo’ e separava os clientes por voos, ajudava no check-in”, explica. Ainda de acordo com ela, após quatro meses na função ela foi contratada. “Fiquei cinco anos nessa função e depois fui promovida e passei a liderar uma equipe”, acrescenta.

Taciana explica ainda que já atuando na função, passou a almejar o cargo de chefe de cabine. Além disso, ela afirma que nunca sentiu dificuldade em liderar. “Sempre coloco profissionalismo em primeiro lugar, já liderei várias vezes em diversas funções e portanto não sinto dificuldades”, complementa. Em relação ao setor de aviação ela explica que a cada dia, o espaço das mulheres vêm melhorando. “Antigamente você encontrava mais homens na aviação, mas isso vem se modificando com o tempo e hoje em dia a mulher tem mais espaço e muitos caminhos para conquistar”, detalha.

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Quem também começou como estagiária é a gerente de Marketing do Shopping Guararapes, Doralice Linhares. Ela entrou na equipe de marketing e passou um ano como estagiária. Como não havia espaço no quadro, ela foi passou por outras empresas que contribuíram para sua jornada. “Essa saída foi muito positiva, porque a experiência me ajudou a chegar até minha função atual”.

Doralice ainda destaca que para ter chegado no cargo de gerência, precisou de muita dedicação e esforço. “O crescimento de um profissional depende muito disso, independente do gênero. Tudo isso vem a partir do que você entrega e do resultado do seu trabalho”, acrescenta.

Atualmente, Doralice lidera uma equipe de 7 pessoas. Sobre a jornada dupla, ela conta que a responsabilidade é desafiadora e que ser mãe lhe deu mais forças. “Eu tinha muito receio de como seria minha experiência como mãe e profissional. Mas a maternidade traz força e vitalidade à mulher. Com isso, minha entrega com o trabalho foi muito melhor depois que fui mãe. É algo transformador que muda a vida da mulher para melhor’, complementa.

Cursando engenharia química, a diretora de Produtos e Relações Externas da Pitú, Maria da Vitórias Cavalcanti, começou na cachaçaria como assistente de laboratório. Ela passou por todos os setores da empresa. “Logo no começo era complicado porque o setor é muito preconceituoso. No início só tinham homens e me sentia bem acuada. Mas o desafio era maior e eu queria fazer algo pela cachaça e torná-la típica brasileira’, destaca.

Em Pernambuco, de acordo com uma pesquisa do Dieese com base no resultado da Pnad do 4º trimestre, as mulheres recebem cerca de 14% a menos que homens no mesmo cargo. “Isso é absurdo, porque não tem nenhuma tarefa que o homem faça melhor que a gente. Temos muita capacidade e fazemos várias tarefas ao mesmo tempo. A mulher pode ocupar ainda mais, é só ela querer”, afirma.

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