Orçamento 2025: Educação perde, Saúde ganha, veja lista com valores por ministérios e emendas
Levantamento foi feito comparando proposta do governo para os gastos em 2025 com mudanças de parlamentares
O ministério da Saúde foi turbinado e as pastas de Ciência, Assistência Social e Educação foram as afetadas na tramitação do Orçamento de 2025 no Congresso. Uma comparação entre os valores apresentados no projeto de lei enviado pelo Palácio do Planalto em agosto do ano passado e a peça que será votada pelos congressistas mostra quem ganha e quem perde, confira abaixo:
Quem mais perdeu:
Ciência
Antes: R$ 16 bilhões
Depois: R$ 13 bilhões
Diferença: R$ 2,9 bilhões
Desenvolvimento e Assistência Social
Antes: R$ 291 bilhões
Depois: R$ 288 bilhões
Diferença: R$ 2,9 bilhões
Educação
Antes: R$ 200 bilhões
Depois: R$ 197 bilhões
Diferença: R$ 2,7 bilhões
Transportes
Antes: R$ 30 bilhões
Depois: R$ 29 bilhões
Diferença: R$ 1,4 bilhões
Minas e Energia
Antes: R$ 10,1 bilhões
Depois: R$ 9,5 bilhões
Diferença: R$ 615 milhões
Quem mais ganhou
Transferência a Estados, DF e Municípios
Antes: R$ 584 bilhões
Depois: R$ 602 bilhões
Diferença: R$ 15,6 bilhões
Previdência
Antes: R$ 1,02 trilhão
Depois: R$ 1,03 trilhão
Diferença: R$ 8,3 bilhões
Saúde
Antes: R$ 241 bilhões
Depois: R$ 246 bilhões
Diferença: R$ 4,9 bilhões
Integração e Desenvolvimento Regional
Antes: R$ 5,5 bilhões
Depois: R$ 9,9 bilhões
Diferença: R$ 4,4 bilhões
Esporte
Antes: R$ 863 milhões
Depois: R$ 3,1 bilhões
Diferença: R$ 2,2 bilhões
Agricultura
Antes: R$ 10,7 bilhões
Depois: R$ 12,9 bilhões
Diferença: R$ 2,1 bilhões
Turismo
Antes: R$ 1,0 bilhões
Depois: R$ 3,0 bilhões
Diferença: R$ 1,9 bilhões.
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Peso das emendas parlamentares
Órgãos com alta capacidade de destinação de emendas multiplicaram seus recursos: a Saúde, sozinha, ganhou quase R$ 5 bilhões; enquanto os orçamentos de Integração, Esporte, Agricultura e Turismo, aumentaram R$ 12 bilhões juntos.
Na peça orçamentária, o governo já envia um quinhão do Orçamento prevendo as mudanças dos parlamentares, sobretudo com o direcionamento de emendas. Essa fatia é chamada de reserva de contingência: ao todo, os parlamentares retiraram R$ 19,4 bilhões desses recursos para inflar os cofres de ministérios. A legislação exige que metade das emendas individuais e de comissão seja indicada para a Saúde.
A rubrica que mais cresceu, por exemplo, é a de Transferências a Estados, Distrito Federal e Municípios, que ganhou R$ 15 bilhões durante a tramitação. É dessa parte do Orçamento que saem as chamadas emendas Pix, um dos modelos preferidos pelos deputados e senadores para envio de recursos aos seus redutos eleitorais.
Entre os ministérios que mais cresceram, aqueles comandados pelo Centrão também viram seu orçamento aumentar em relação ao ano passado. O ministério do Esporte, por exemplo, liderado por André Fufuca (PP), recebeu um aporte de R$ 2,3 bilhões pelos deputados e senadores durante a tramitação. Com isso, o orçamento do órgão para 2025 será R$ 1 bilhão maior do que foi no ano passado.
A pasta também é um destino preferencial de congressistas na destinação de emendas, já que o ministério é o responsável pela destinação de recursos para a construção de quadras, campos de futebol e praças.
Turismo e integração
A mesma lógica se repetiu com Turismo (o ministro Celso Sabino é do União Brasil), Agricultura (o ministro Carlos Fávaro é do PSD), e Integração e Desenvolvimento Regional (o ministro Waldez Góes foi indicado pelo União Brasil).
Por outro lado, a Saúde, que agora será comandada pelo ministro Alexandre Padilha (PT), ganhou R$ 5 bilhões com as emendas apresentadas pelos senadores, mas os recursos vão apenas recompor o que o governo já gastou em 2024.
Entre os órgãos que mais perderam recursos entre o projeto do governo e o texto final que será apreciado no Congresso, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação foi o mais prejudicado, com uma redução de quase R$ 3 bilhões entre o que o governo previa e o que foi mantido pelos deputados e senadores. Em comparação com 2024, o orçamento da pasta praticamente foi inalterado, com um crescimento de R$ 98 milhões, menos de 1% do orçamento da pasta.
O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, um dos mais importantes da Esplanada, também perdeu quase R$ 3 bilhões. Além disso, foi um dos mais prejudicados na comparação com o orçamento do ano passado. O órgão, responsável pela administração do Bolsa Família, terá um orçamento de R$ 11 bilhões a menos quando comparado com o que teve no início de 2024.
Já a Educação, uma das prioridades do governo Lula para aumentar sua popularidade, embora tenha perdido R$ 2,7 bilhões durante as discussões no Congresso Nacional, terá um aumento considerável no seu orçamento: a pasta terá R$ 4,7 bilhões a mais do que teve no início do ano passado.

