Tarifaço: Exportações de produtos brasileiros afetados para os EUA aumentam em julho
Brasil acumula déficit comercial com os Estados Unidos há sete meses
No mês que antecedeu a vigência do tarifaço promovido pelos Estados Unidos, Donald Trump, as exportações brasileiras de produtos que não escaparam da sobretaxa de 50% registraram altas significativas.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), de forma geral, as vendas para os EUA tiveram um aumento de 4,2% em julho, ante o mesmo mês em 2024.
Porém, alguns produtos tiveram alta maior:
Os embarques de frutas e nozes não oleaginosas, frescas ou secas cresceram 49,3%;
As exportações de café não torrado subiram 25,4%;
De minério de cobre, 81,1%;
Carne bovina fresca, refrigerada ou congelada, 46,9%;
Aeronaves e outros equipamentos, incluindo suas partes, 168,9%;
E ouro, 87,3%.
Leia também
• Tarifaço de Trump: governo mapeia países que podem receber exportações que iriam aos EUA
• Tarifaço sobre parte de exportações brasileiras entra em vigor nesta quarta-feira (6)
• Haddad: 4% das exportações serão afetadas por tarifaço e mais de 2% terão destino alternativo
Déficit comercial
Os dados do governo mostram também que o Brasil registrou déficit em suas transações comerciais com os americanos pelo sétimo mês seguido em julho.
Isso significa que o Brasil importou mais produtos americanos do que exportou para os Estados Unidos.
Em julho, as exportações brasileiras aos Estados Unidos somaram US$ 3,71 bilhões.
As importações feitas pelo Brasil totalizaram US$ 4,26 bilhões no período.
Com isso, o saldo ficou deficitário para o Brasil em US$ 559 milhões no mês passado.
O último mês no qual o Brasil teve superávit com os EUA, ou seja, quando as exportações superaram as compras do exterior, foi dezembro do ano passado — no valor de US$ 468 milhões.
Tarifas
A sobretaxa de 50% do governo americano sobre produtos brasileiros entra em vigor nesta quarta-feira, uma semana após o presidente Donald Trump assinar a ordem executiva que estabelece a medida.
Na prática, a ordem executiva assinada por Trump na última quarta implementou uma tarifa adicional de 40% sobre o Brasil, somando-se aos 10% anunciados em abril e elevando o total da tarifa para 50%.
O governo americano definiu quase 700 exceções de produtos — entre os 4 mil itens que o Brasil exporta para os EUA — a essa tarifa adicional de 40%.
Entre essas exceções estão artigos essenciais para o mercado americano, como aviões da Embraer, peças aeronáuticas (como turbinas, pneus e motores), suco de laranja, castanhas, vários insumos de madeira, celulose, ferro-gusa, minério de ferro, equipamentos elétricos e petróleo.
No entanto, alguns dos principais itens da pauta de exportação brasileira, como café, cacau, carne e frutas, ficaram de fora da lista de produtos que não terão tarifa adicional.
Balança total
No mês passado, a balança comercial registrou um superávit de US$ 7,4 bilhões. As exportações somaram US$ 32,3 bilhões e as importações, US$ 25, 2 bilhões. No ano, há um superávit acumulado de US$ 36,9 bilhões.

